Os Serviços de Saúde foram notificados a detecção de um caso de infecção por enterovírus complicada por meningite, motivo pelo qual é efectuado um apelo aos pais, alunos e pessoal das instituições educativas, creches e lares para que adoptem medidas para prevenção da infecção por enterovírus.
O caso foi detectado numa bebé com 14 dias de idade, nasceu de parto espontâneo no Hospital Kiang Wu no dia 26 de Julho, no dia 28 começou a manifestar os sintomas de febre e má circulação sanguínea, foi transferida de imediato para a Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, os resultados das análises laboratoriais do líquido cefalorraquidiano realizadas em 3 de Agosto, revelaram reacção positiva aos enterovírus, com diagnóstico de meningite enteroviral. Actualmente, a bebé infectada já não tem febre, encontrando-se em condições estáveis. De acordo com as informações dadas, no dia 24 de Julho, a mãe da bebé manifestou sintomas como febre e calafrios em casa, não recorreu a nenhuma instituição médica para tratamento. Os familiares negaram o contacto com outros parentes ou pacientes semelhantes durante o internamento da bebé, os profissionais de saúde do Serviço de Neonatologia do hospital também não apresentaram nenhum sintoma semelhante de infecção por enterovírus.
A infecção por enterovírus pode ser causada pelo grupo de Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovirus 71. A infecção pelo enterovírus aparece durante o ano inteiro, a nível mundial, mas é no Verão que tem maior incidência. Este vírus é também a fonte de várias doenças, incluindo as menos graves e frequentes, tais como a doença de mãos, pés e boca, herpangina e outras mais graves, nomeadamente, miocardite e meningite asséptica.
Em princípio, a doença de mãos, pés e boca afecta crianças com idade inferior a 5 anos. O período de incubação varia de 3 a 7 dias, e é transmitida por meio de contacto directo com fezes dos infectados, por gotículas de saliva ou por contacto com materiais contaminados. Devido ao contacto próximo das crianças nas creches e jardins-de-infância, especialmente, em actividades de jogos, facilmente ocorre um surto da doença de mãos, pés e boca, dado o enterovírus possuiu um elevado grau de contágio. No período inicial surgem sintomas, tais como, febre, dores de garganta, vesículas pequenas ou pústulas vermelhas nas mãos, pés e nádegas, não se manifestando dores nem comichão, e surgem herpes na boca, causando posteriormente úlceras. No período de sete (7) a dez (10) dias, as vesículas e as pústulas vão desaparecendo gradualmente, e o doente fica curado. A transmissão dos enterovírus principia alguns dias antes dos primeiros sintomas surgirem, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, durante algumas semanas, as fezes do doente contêm estes vírus.
Os Serviços de Saúde estão atentos ao desenvolvimento da epidemia deste enterovírus e salientam que a maioria dos doentes infectados por enterovírus pode recuperar por si mesmo. Contudo, uma parte muito reduzida dos infectados pode sofrer de complicações fatais. Assim, os Serviços de saúde têm apelado aos pais, alunos, bem como ao pessoal das escolas, creches e lares para adoptarem as seguintes medidas preventivas:
Medidas pessoais:
● Lavar as mãos: Antes de tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos, antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, depois de manusear fraldas de crianças ou outros objectos sujos;
● Cortesia: Cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel ao espirrar ou tossir, adoptando medidas de precaução no manuseamento das secreções nasofaríngeas;
● Diminuir o contacto: Evitar lugares públicos densamente frequentados, multidões e lugares pouco ventilados;
● Aumentar a resistência: Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto e descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar para aumento da imunidade;
● Recorrer de imediato ao médico: Em caso de surgimento de sintomas de febre e doença de mãos, pé e boca ou herpangina, recorrer imediatamente a consulta médica, especialmente na ocorrência de sintomas graves.
Medidas a aplicar pelos estabelecimentos de ensino ou lares:
● Higiene ambiental: Manter a renovação de arsuficiente em recintos fechados, utilizando frequentemente lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar os locais com os quais as crianças frequentemente contactam, tais como, mesas, cadeiras, brinquedos e paredes até à altura de 1 metro etc.;
● Os doentes devem suspender a ida às aulas e a frequência de creches: Prestar atenção à situação dos elementos do pessoal e das crianças, quando aparecerem com sintomas de febre e doença de mãos, pés e boca ou herpangina, devem suspender a ida às aulas ou ao trabalho;
● Notificação oportuna: Em caso de surgimento de uma infecção colectiva com uma situação anormal entre as crianças ou os elementos do pessoal, devem informar, imediatamente, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (tel.: 2853 3525, fax: 2853 3524) e o Instituto de Acção Social ou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.