O GDSE mostra-se extremamente preocupado com os três incidentes de flutuação da tensão ocorridos recentemente em Macau, tendo logo de início instado a CEM a delegar numa entidade internacional independente a investigação das causas que deram origem aos sucessivos incidentes. Os três segmentos danificados do cabo eléctrico, que provocaram os três incidentes de flutuação da tensão, foram consecutivamente enviados a um laboratório competente, para serem examinados com detalhe e exaustão, a fim de se determinar, com precisão, as razões que conduziram às falhas, e se poder avaliar o estado geral de todo o cabo principal de 220 kV afectado, por forma a garantir a estabilidade do fornecimento de electricidade. Ao mesmo tempo, a empresa consultora enviou juntamente ao laboratório um segmento não danificado do cabo, retirado de uma zona próxima do local do incidente, para análise e avaliação e para ser submetido a testes de qualidade, os quais estão previstos para meados da próxima semana, no laboratório do fabricante estrangeiro independente.
Os três incidentes de flutuação da tensão foram registados em Macau, nos dias 15 e 16 de Fevereiro e 12 de Março últimos, causando tremulações de energia eléctrica todos eles de duração inferior a um segundo. Apesar de o circuito de backup ter automaticamente assegurado o desempenho do circuito avariado, e não ter havido cortes no fornecimento de energia eléctrica, alguns equipamentos mais sensíveis foram eventualmente afectados, por paragens momentâneas ou necessidade de forçar o seu reinício de operação. Depois de investigação preliminar, foi já confirmado o local das primeiras duas avarias como sendo a nova estrada da Ponte-Cais do Pac On, perto da Ponte da Amizade e a terceira falha localiza-se perto da Central de Tratamento de Águas Residuais na Areia Preta. Sabe-se já que os três incidentes de flutuação da tensão foram consequência de explosões e danos ocorridos em três lugares e em diferentes momentos diferentes num dos cabos principais de 220 kV, que fazem a ligação entre a subestação do Canal dos Patos e a subestação Flor de Lótus causando uma falha de ligação à terra, que desencadearam as flutuações da tensão eléctrica.
O tempo de vida útil de um cabo é normalmente de 30 anos e o investimento total neste cabo tronco de 220 kV agora danificado foi de quase 240 milhões de patacas. Por estar em uso há menos de dois anos - entrou em funcionamento em Junho de 2012, o envelhecimento foi excluído como causa da sua deterioração. Nos momentos em que se deram as falhas, a carga do cabo era bastante leve podendo-se excluir a hipótese de sobrecarga. Por outro lado, procedeu-se à observação minuciosa do local do último incidente, não tendo sido encontrados sinais de obras de escavação, de existência de câmaras subterrâneas formadas por térmitas, nem de desnivelamentos de terra, pelo que todos estes factores foram também excluídos. Assim, três incidentes ocorreram em sucessão, num curto período de tempo, sem razões aparentes, considerando-se por isso uma situação muito rara.
Apesar de o cabo eléctrico que causou os incidentes de flutuação da tensão pertencer a Macau, a região vizinha de Zhuhai também foi afectada, facto que ainda preocupa mais o Governo, tendo entrado em contacto com o Departamento de Fornecimento de Electricidade de Zhuhai da China Southern Power Grid, e apresentado desculpas, aproveitando para trocar opiniões sobre o assunto.
Ao mesmo tempo, o Governo exigiu à CEM a entrega, no mais curto espaço de tempo possível, de um relatório sobre o sucedido e a investigação urgente das razões que ocasionaram as falhas, nomeadamente no que respeita a problemas que possam pôr em causa a qualidade e a fiabilidade do cabo, e, por consequência, possam comprometer a fiabilidade e estabilidade do fornecimento de electricidade a Macau. O GDSE exigiu que a CEM enviasse à empresa consultora independente, com a máxima brevidade possível, os três segmentos danificados do cabo, que foram removidos para serem analisados e avaliados, com o fim de confirmar as causas dos incidentes. Depois de inspecção feita no local, o perito da empresa consultora removeu um segmento intacto do cabo e enviou-o, juntamente com os danificados, ao laboratório, para análise detalhada e teste de qualidade. Além disso, o Governo exigiu também à CEM a avaliação exaustiva e global do estado em que se encontra todo o cabo tronco de 220 kV, de modo a garantir a segurança e a estabilidade do fornecimento da electricidade. Prevê-se que os testes venham a ser realizados pela empresa consultora internacional independente, no laboratório do fabricante estrangeiro, na próxima semana. Com o intuito de identificar com mais certezas as causas das anomalias, o GDSE já fez chegar, simultaneamente, alguns dados e informações sobre os incidentes a uma equipa de consultores da Universidade de Tsinghua, para análise e investigação das mesmas, de forma abrangente e multidimensional.