Os Serviços de Saúde foram notificados pelo Centro Hospitalar Conde de São Januário, segunda-feira (4 de Março), de um caso de tosse convulsa, sendo este o segundo caso de tosse convulsa registado em Macau, no corrente ano.
O caso foi diagnosticado numa bebé de 1 ano de idade, do sexo feminino, residente de Macau, que mora permanentemente no Interior da China. A partir do dia 19 de Fevereiro, apresentou tosse, maioritariamente durante a noite, sem febre nem corrimento nasal, tendo recorrido a um hospital do Interior da China e suspeitando-se preliminarmente de tosse convulsa. Devido à persistência da tosse, recorreu no domingo (dia 3) ao Centro Hospitalar Conde de São Januário. O teste laboratorial deu positivo para o cocobacilo Bordetella e foi-lhe diagnosticado tosse convulsa. O estado clínico agora é considerado estável, tendo regressado à residência no Interior da China. A doente nasceu em Macau, e recebeu três doses da vacina DTPa (difteria, tétano e tosse convulsa), tem sido cuidada pela família em casa, e não foi atendida numa creche nem tem histórico de viagem. Todas as pessoas com quem reside no Interior da China apresentaram sintomas de tosse, tendo sido aconselhado aos seus familiares a deslocarem-se às instituições médicas locais para tratamento.
A tosse convulsa é causada pelo cocobacilo Bordetella pertussis, sendo transmitida por via de gotículas de saliva expelidas por tosse, conversa em voz alta e espirros de doentes infectados. Devido à fraca resistência ambiental do cocobacilo Bordetella pertussis, geralmente, não pode ser transmitido por via indirecta. Após a infecção, o doente apresenta sintomas tais como tosse espasmódica, sibilação e vómito. Caso a pessoa infectada não seja submetida a tratamento adequado, a doença pode prolongar-se até três meses, havendo o risco de causar outras complicações como pneumonia ou encefalopatia e até a morte. Actualmente, já existem antibióticos eficazes para o tratamento da Tosse convulsa, mas os mesmos só surtem efeitos na fase inicial da doença. Os bebés são mais propensos a contrair tosse convulsa, enquanto os casos nos adolescentes e nos adultos são menos graves.
É de salientar que a vacinação é a medida preventiva mais eficaz para a tosse convulsa. O Programa de Vacinação da RAEM, que está de acordo com as instruções promovidas pela Organização Mundial de Saúde, estipula a obrigatoriedade de vacinação contra a tosse convulsa das crianças com 2, 4, 6, 18 meses e 5 anos de idade. Após esta obrigatoriedade, os casos de tosse convulsa tornaram-se raros, havendo apenas registo, nos últimos 30 anos, de apenas oito casos. Nos últimos 10 anos, a incidência de tosse convulsa tem tido uma tendência de crescimento por todo o mundo, sendo uma das razões possíveis que sob situação de diminuição de infecção espontânea, o anticorpo de grávidas e outros adultos esteja a reduzir gradualmente.
Habitualmente são administradas aos bebés pelo menos três doses da vacina anti- tosse convulsa para que tenham uma imunidade, mais confiável, contra esta doença, devendo ainda continuar a sujeitar-se à vacinação periódica para manterem a imunidade adquirida.
Os Serviços de Saúde lembram os cidadãos para o seguinte:
- Habitualmente são administradas aos bebés pelo menos três doses da vacina anti- tosse convulsa para que tenham uma imunidade, mais confiável, contra esta doença, devendo ainda continuar a sujeitar-se à vacinação periódica para manterem a imunidade adquirida;
- Os pais devem submeter os seus filhos às vacinações recomendadas pelos Serviços de Saúde;
- Devem evitar que as crianças, em particular, aquelas que tenham menos de 12 meses e que ainda não concluíram o processo inicial de vacinação, contactem com pessoas infectadas;
- Devem evitar deslocar-se aos locais com grande aglomeração de pessoas ou onde existam situações epidemiológicas reportadas relativas a doenças transmissíveis e que a situação seja diferente de Macau;
- As famílias, as creches e as escolas devem prestar atenção à higiene pessoal e ambiental;
- Os profissionais de saúde devem prestar atenção, especialmente, às crianças com tosse persistente superior a duas semanas e, quando detectarem qualquer caso suspeito, devem notificar os Serviços de Saúde atempadamente para que sejam tomadas medidas adequadas.
- Em caso de dúvidas, podem ligar para a linha das doenças transmissíveis dos Serviços de Saúde n.º 2870 0800.