Os Serviços de Saúde foram hoje (dia 24 de Julho) notificados para um caso de infecção colectiva por enterovírus ocorrido na creche “Traquinas” localizada na Rua de Bragança, na Taipa, na turma B2, tendo sido afectadas no total 3 crianças com 2 anos de idade (1 do sexo masculino e 2 do sexo feminino).
Desde o passado dia 21 de Julho que todas elas apresentaram sintomas da doença de mãos, pés e boca. O estado clínico de todas as crianças infectadas foi ligeiro e as mesmas recorreram à entidade de saúde para o diagnóstico e terapêutica, não tendo aparecido nenhum caso com sintoma anormal do sistema nervoso central ou outras graves complicações. Entretanto, os Serviços de Saúde procederam à recolha de amostras das crianças infectadas para análise laboratorial e foi reforçada a orientação à creche o sobre a tomada de medidas de controlo da infecção, tais como, limpeza e desinfecção em geral.
Numa outra situação os Serviços de Saúde após análise laboratorial confirmaram um caso de infecção pelo enterovírus 71 ocorrida na Creche de Pequeno Mundo.
Foram, nesta situação, infectadas 7 crianças mas apenas em três (3) amostras recolhidas é que foi identificado o enterovírus 71.
O estado clínico de todas as crianças infectadas foi ligeiro, algumas delas já recuperam e outras estão ainda em processo de recuperação. Não foi detetado nenhum caso com sintomas anormais do sistema nervoso central ou outras graves complicações. Os Serviços de Saúde recomendaram à creche a tomada de medidas de controlo da infecção, tais como, limpeza e desinfecção em geral, reforçando a vigilância do estado das crianças e aconselharam a suspensão de aulas, com vista a impedir a disseminação entre as crianças.
A infecção por enterovírus pode ser causada pelo grupo de Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovirus 71 e aparece durante o ano inteiro e a nível mundial, com um pico no Verão, sendo a origem de várias doenças, incluindo as menos graves e frequentes, tais como, mãos, pés e boca e herpangina e, outras mais graves, nomeadamente, miocardite e meningite asséptica.
Em princípio, a doença de mãos, pés e boca afecta as crianças com idade inferior a 5 anos. O período de incubação varia de 3 a 7 dias, e é transmitida por meio de contacto directo com os excrementos dos infectados, pelas gotículas de saliva e pelos materiais contaminados. Devido ao contacto próximo das crianças nas creches e jardins de infância, especialmente, nas actividades de jogos, é fácil ocorrer um surto de doença de mãos, pés e boca, a qual é uma doença de grande contagiosidade. No período inicial aparecem sintomas, tais como, febre, dor de garganta, vesículas pequenas ou pústulas vermelhas nas mãos, pés e nádegas, não se manifestando dores nem comichão, e surgem herpes na boca, causando posteriormente úlceras. No período de sete (7) a dez (10) dias, as vesículas e as pústulas vão desaparecendo gradualmente, e o doente fica curado. A transmissão dos enterovírus principia alguns dias antes dos primeiros sintomas surgirem, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, durante algumas semanas, as fezes do doente contêm estes vírus.
Os Serviços de Saúde estão a prestar atenção ao desenvolvimento da epidemia deste enterovírus e salientam que a maioria dos doentes infectados por enterovírus pode recuperar por si mesmo. Contudo, uma parte muito reduzida dos infectados pode sofrer de complicações fatais. Assim, os Serviços de saúde têm apelado aos pais, alunos, bem como ao pessoal das escolas, creches e lares para adoptarem as seguintes medidas preventivas:
Medidas pessoais:
-Lavar as mãos: Antes de contactar os olhos, o nariz e a boca com as mãos, antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, depois de manusear fraldas de crianças ou outros objectos sujos;
-Cortesia: Cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir, adoptando medidas de precaução no manuseamento das secreções nasofaríngeas;
-Diminuir os contactos: Evitar os lugares públicos densamente frequentados, as multidões e os lugares pouco ventilados;
-Aumentar a resistência: Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto e descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar para aumentar a imunidade;
-Recorrer de imediato ao médico: Em caso de aparecer com sintomas de febre e doença da mão, pé e boca ou herpangina, recorrer imediatamente a consulta médica, especialmente com ocorrência de sintomas graves.
Medidas a aplicar pelos estabelecimentos de ensino ou lares :
-Higiene ambiental: Manter uma renovação de ar suficiente em recintos fechados, utilizando frequentemente a lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar os locais com os quais as crianças frequentemente têm contacto, tais como, as mesas, as cadeiras, os brinquedos e as paredes até à altura de 1 metro etc.;
-Os doentes devem suspender a ida às aulas e a frequência de creches: Prestar atenção à situação dos elementos do pessoal e das crianças, quando aparecerem com sintomas de febre e doença da mão, pé e boca ou herpangina, devem suspender a ida às aulas ou ao trabalho;
-Notificação oportuna: Em caso de aparecer uma infecção colectiva com uma situação anormal entre as crianças ou os elementos de pessoal, devem informar, imediatamente, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (Tel.: 2853 3525, fax: 2853 3524) e o Instituto de Acção Social ou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.