Recentemente, os Conselhos Comunitários de Saúde da Zona Central e das Ilhas realizaram as reuniões conjuntas no Centro de Saúde da Praia do Manduco e no Centro de Saúde de Nossa Senhora do Carmo-Lago, respectivamente, tendo sido convidados os respectivos serviços e entidades para participar nestas reuniões. Nas reuniões, foi  discutido em conjunto o rumo da revisão da Lei n.º 5/2011 (Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo) e a forma de construir uma barreira imunológica contra a gripe na comunidade, com o intuito de concretizar os objectivos gerais e os indicadores definidos nas Linhas de Acção Governativa do Governo da RAEM e as três grandes orientações políticas no «Plano de Acção para Macau Saudável», nomeadamente, “Antecipação da prevenção de doenças”, “Descentralização de recursos”, “Mudança de mentalidade”,  e de aperfeiçoar ainda mais o sistema comunitário de saúde. As duas reuniões conjuntas contaram com a participação de mais de 120 pessoas.

Durante as reuniões, o Director dos Serviços de Saúde, Lo Iek Long e o Subdirector dos Serviços de Saúde, Cheang Seng Ip agradeceram respectivamente aos representantes das diversas associações e aos membros dos dois Conselhos Comunitário de Saúde pelo apoio que têm prestado ao longo dos anos aos trabalhos de saúde em Macau, salientando que a participação comunitária está no núcleo dos trabalhos dos Serviços de Saúde e que apenas com uma comunicação estreita com os representantes das comunidades e com a população é que será possível atingir o objectivo de "melhor servir a população", de modo a que as políticas e os serviços prestados possam melhor responder às necessidades da população.

O Director Lo Iek Long referiu ainda que um sistema de saúde comunitária aperfeiçoado, para além do sistema de assistência médica e do sistema de serviços, deve ter em conta os factores determinantes sociais saudáveis. Ou seja, os factores não medicinais que afectam a saúde individual e colectiva, incluindo a economia social, o ambiente comunitário, o sistema educativo e o sistema de apoio social, entre outros.

Para esse efeito, a «Lei Orgânica dos Serviços de Saúde» determina a necessidade de promover a participação comunitária e a construção do sistema através dos Conselhos Comunitários de Saúde, e que foi criado um mecanismo permanente de consulta e intercâmbio de saúde comunitária, com a Zona Norte, Zona Central e Zona das Ilhas, que se reúnem mensalmente de forma rotativa, a fim de recolher, de forma alargada, opiniões e sugestões, e de impulsionar uma cultura social baseada na negociação, construção e gestão conjunta.

Seguidamente, os representantes dos Serviços de Saúde apresentaram a revisão da Lei n.º 5/2011 (Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo), incluindo o alargamento da área de proibição de fumar ao ar livre, a proibição de novos produtos de tabaco (como a produção, a importação, a exportação e a venda de bolsas de nicotina, cachimbos de água e cigarros de ervas) e de cigarros electrónicos, bem como a introdução de normas padronizadas de embalagem para os produtos de tabaco, com a meta de reduzir a taxa de tabagismo e a exposição ao fumo passivo.

Presentemente, o trabalho de controlo do tabagismo já alcançou o resultado: a taxa de utilização do tabaco entre a população com idade igual ou superior a 15 anos e entre os jovens com idade compreendidas entre os 13 e os 15 anos apresenta uma tendência decrescente, o que foi atingido o objectivo de reduzir em 30% a taxa de consumo de tabaco até 2030, definido pela Organização Mundial de Saúde e pelo «Plano de Acção para Macau Saudável», em comparação com o ano de 2020. No entanto, nos últimos anos, a taxa de consumo de tabaco por jovens com idade igual ou superior a 15 foi reduzida ligeiramente, e a taxa de consumo de cigarros electrónicos por jovens tem vindo a aumentar. Por conseguinte, os Serviços de Saúde têm vindo a implementar políticas de controlo do tabagismo, nomeadamente através da legislação, execução da lei, divulgação educativa e incentivo à cessação tabágica, em conformidade com o princípio de “promoção da saúde, de forma gradual e por etapas, com o progresso mais fácil para o mais difícil”.

Além disso, a representante dos Serviços de Saúde relatou a situação de prevenção e controlo da gripe em Macau, indicando que o número de doentes com gripe nos Serviços de Urgência dos dois hospitais aumentou significativamente nos últimos tempos. Na vigilância laboratorial das amostras respiratórias dos doentes, registou-se um aumento constante da taxa de positividade no teste do vírus influenza, tendo igualmente aumentado o número de casos de infecção colectiva em escolas e lares, o que mostra que o vírus da gripe em Macau está dinâmico, verificando-se um nível de epidemia relativamente alto em geral.

Os Serviços de Saúde encomendaram 240 mil doses de vacina contra a gripe durante este trimestre. No final de Setembro, foi dada prioridade à administração da vacina aos grupos de alto risco, tendo sido administrada a todos os residentes de Macau em meados de Novembro. Até ao momento, foram vacinadas 179 mil pessoas, o que representa um aumento de 15% em comparação com o ano passado. Destas, das quais 95% foram vacinadas em lares, 50% em idosos com idade superior a 65 anos e 70% em alunos.

Face ao aumento do fluxo de pessoas na época de pico da gripe e nos feriados, os Serviços de Saúde apelam à população, especialmente aos idosos, doentes crónicos, crianças e mulheres grávidas, que se submetam o mais depressa possível à vacina antigripal. O público também deve manter mais atenção à higiene individual e ambiental, e podem usar máscara em locais com grande concentração de pessoas; deve usar máscara quando apresentar sintomas e recorrer ao tratamento médico o mais rápido possível. A administração precoce de medicamentos antivirais por pessoas de alto risco pode reduzir o risco de ocorrência de casos graves. Os Serviços de Saúde continuarão a reforçar as medidas de vigilância e de resposta, enfrentando, em conjunto com os residentes, o desafio das doenças respiratórias do Inverno e da Primavera.

Durante as reuniões, foram apresentadas várias sugestões pelos participantes. Relativamente ao controlo do tabagismo, a área de proibição de fumar à volta de lares, jardins de infância e escolas deve ser alargada; reforçada a regulamentação dos cigarros de ervas; optimizada a indicação e a divisão das áreas destinadas aos fumadores; discutido o mecanismo de tratamento dos distúrbios causados pelo cheiro de tabaco aos moradores dos edifícios. No âmbito da prevenção e controlo da gripe, foi recomendada a optimização das medidas de vacinação, os procedimentos de suspensão de aulas e retomada das aulas em caso de doenças infecciosas. Foi também proposta a melhoria dos serviços de vídeo-consulta e dos serviços externos.

Os Serviços de Saúde agradeceram as sugestões apresentadas pelos participantes, e irão estudar a viabilidade de várias propostas, conjugando estas opiniões de intercâmbio com a situação real apresentada nas duas reuniões conjuntas, através do «Programa da Comunidade Saudável». Estes podem promover a interacção extensiva entre as associações cívicas e o desenvolvimento sinérgico, aproximando as políticas e os cuidados de saúde das necessidades do público, no sentido de concretizar a visão governativa de uma Cidade Feliza Macau.

Para além dos representantes dos Serviços de Saúde, do Conselho Comunitário de Saúde da Zona Central e do Conselho Comunitário de Saúde das Ilhas, as duas reuniões contaram ainda com a presença dos representantes de outros serviços públicos, associações cívicas, instituições de serviços sociais e instituições educativas.