No sentido de reforçar a capacidade de resposta a ocorrências súbitas e o mecanismo de coordenação conjunta entre a Polícia de Macau e a Guarnição em Macau do Exercício de Libertação do Povo Chinês (adiante designada por “Guarnição em Macau”), e de forma a testar a capacidade de comunicação e de colaboração das entidades da linha de frente na resposta a incidentes terroristas, os Serviços de Polícia Unitários (SPU) e a Guarnição em Macau, em coordenação com os Serviços de Alfândega (SA), Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), Polícia Judiciária (PJ), Corpo de Bombeiros (CB), Serviços de Saúde (SS), Gabinete de Comunicação Social e Instituto do Desporto, deram início na tarde de hoje, pelas 15h00, na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau, a um mega exercício conjunto antiterrorista denominado “Dragão em Espiral”.
O exercício simulou a seguinte situação: 1 grupo composto por 7 terroristas, entre os quais 6 conduziram dois carros em alta velocidade e embateram num posto de inspecção de segurança temporário de um concerto musical, tendo de seguida ferido diversas pessoas com facas afiadas. Num momento seguinte, os 6 terroristas entraram em tiroteio com os polícias, tendo 1 deles sido atingido a tiro e fugido num carro com o outro terrorista. Os restantes 4 terroristas sequestraram dois agentes de segurança e entraram no local de concerto depois de terem lançado uma bomba de gás de cloro, tendo sequestrado os 8.000 espectadores no pavilhão como reféns para negociar com a polícia. Durante o incidente, várias pessoas no posto de inspecção de segurança sentiram-se mal devido à inalação de gases tóxicos.
Recebida a devida comunicação, o CPSP, o CB e a PJ enviaram imediatamente meios ao local para desencadearem operações de salvamento, bloqueando o local em causa, evacuando e tratando os feridos. Tendo em conta a gravidade do incidente, foi de imediato activado, pelas autoridades de segurança, o mecanismo interdepartamental de acção conjunta no âmbito da gestão de emergência e centro de comando de dois níveis (o centro de comando conjunto dos SPU e o centro de comando interdepartamental no terreno), a fim de coordenar de forma eficiente os departamentos envolvidos. Diversas medidas de resposta foram tomadas, nomeadamente o bloqueio do local em causa e a instalação das zonas de negociação, de limpeza de substâncias perigosas, de inspecção e classificação de lesões, de verificação de identificação, entre outras, foram coordenados ainda a identificação de suspeitos, o patrulhamento terrestre e marítimo, bem como as acções de perseguição dos terroristas em fuga através do sistema de videovigilância. Por outro lado, os SS enviaram uma equipa médica acompanhada de uma viatura, para apoiar as acções de salvamento no local.
Durante a tomada de reféns, os terroristas ameaçaram possuir armas químicas. Tendo em consideração que o local do incidente se trata de um local fechado e a possibilidade de provocar um grande número de feridos ou pessoas contaminadas por químicos, com o intuito de resolver a crise de forma célere, o Comandante de Acção Conjunta submeteu ao Chefe do Executivo uma proposta para a solicitação ao Governo Central de auxílio da Guarnição em Macau nas acções de salvamento e de limpeza das substâncias perigosas, nos termos da Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau, da Lei do Estacionamento de Tropas na Região Administrativa Especial de Macau e da Lei n.º 6/2005 “Auxílio a prestar pela Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês para manter a ordem pública ou acorrer a calamidades”.
O Grupo de Negociação para Situações de Crise da PJ deu início a conversações com os terroristas, tendo conseguido convence-los a libertarem 2 indivíduos sequestrados feridos. A certo momento, os terroristas perderam a paciência e, recusaram-se a continuar as negociações. Um indivíduo sequestrado foi baleado pelos terroristas, levando à intervenção do Grupo de Operações Especiais (GOE) na operação de salvamento que acabou por abater todos os terroristas no local. Ainda durante o processo de salvamento, um terrorista lançou uma bomba de gás tóxico. Embora não tenha provocado feridos, considerando que um grande número de espectadores tivesse sido contaminado pela substância química libertada pelo referido explosivo, depois da confirmação da segurança do local, o pessoal do CPSP evacuou as pessoas de forma ordenada e realizou a triagem dos indivíduos contaminados para efeitos de descontaminação. A Guarnição em Macau, a PJ e o CB levaram a cabo operações de inspecção no local, de tratamento de resíduos tóxicos e de limpeza das instalações.
No decurso da busca efectuada pelo Grupo de Inactivação de Engenhos Explosivos da Unidade Especial de Polícia foi detectada uma bomba artesanal dentro do veículo. Após avaliação, verificou-se que não havia riscos biológicos ou radioactivos, tendo a mesma sido desactivada com sucesso através de um robô antibomba.
Os SA procederam ao rastreamento dos 2 terroristas em fuga por meio das informações recolhidas através de drones lançados e do sistema de videovigilância fornecidas pelo CPSP, tendo conseguido detectá-los na costa rochosa de Coloane. Posteriormente, foi avistada uma lancha suspeita nas águas costeiras pela lancha de fiscalização dos SA. Com o apoio das lanchas da equipa de operações especiais, os SA acabaram por conseguir interceptar a lancha e capturar o condutor, o último terrorista.
O referido mega exercício decorreu sem sobressaltos, terminou com sucesso e alcançou os resultados previstos. O exercício durou cerca de duas horas e meia, tendo contado com a participação de 1038 pessoas. Dos participantes provenientes das forças e serviços e segurança, destacaram-se a equipa de drones, a equipa de lancha de fiscalização e a equipa de operações especiais dos SA, o Grupo de Patrulha Especial, o Grupo Cinotécnico, o Grupo de Inactivação de Engenhos Explosivos e o GOE do CPSP, o Grupo de Negociação para Situações de Crise, o Grupo de Intervenção Especial e o pessoal de inspecção ao local de crime da PJ, bem como a Equipa de Operações Especiais de Socorro do CB e a equipa médica dos SS. A Guarnição em Macau enviou também 43 elementos, tendo sido responsável pela investigação dos produtos perigosos e pela limpeza das instalações e das pessoas afectadas.
As autoridades de segurança tencionam continuar realizar no futuro diferentes tipos de exercícios interdepartamentais, de forma a aprofundar o mecanismo de comunicação e a capacidade de comando e coordenação entre as forças e serviços de segurança e as entidades participantes na resposta a incidentes súbitos. Através da colaboração eficiente com a Guarnição em Macau, a capacidade de coordenação e o nível táctico entre as Forças e Serviços de Segurança mostrou-se potenciada, respondendo às possíveis situações de emergências, ao mesmo tempo que se salvaguardou a estabilidade social de Macau e protegeu a vida e os bens dos residentes e turistas.