Nas estatísticas divulgadas hoje (dia 30) pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM) constata-se que os investimentos dos residentes de Macau - incluindo indivíduos, governo e outras pessoas colectivas, mas excluindo as reservas cambiais da Região Administrativa Especial de Macau - em títulos emitidos por entidades não residentes independentes, calculados a preços de mercado em 30 de Junho de 2023, registaram um valor de 1.073,0 mil milhões de patacas, ou seja, +6,4% face a 31 de Dezembro de 2022 e +7,8% face ao período homólogo de 2022. Entre os vários componentes da carteira, os investimentos em títulos representativos de capital (incluindo fundos mútuos e investimentos em trusts), obrigações a longo prazo e obrigações a curto prazo atingiram 334,0 mil milhões, 658,6 mil milhões e 80,4 mil milhões de patacas, respectivamente, em valor de mercado, traduzindo variações respectivas de +4,0%, +10,4% e -10,9%, em relação ao final de 2022.
Em termos da distribuição geográfica, a região asiática deteve ainda a maior fatia da carteira de investimentos externos dos residentes de Macau, com 47,2% do total, sendo a restante aplicada principalmente na América do Norte (18,9%), na Europa (15,3%), no Atlântico Norte e Caraíbas (15,2%) e na Oceânia (1,5%).
O investimento nos títulos emitidos por entidades no Interior da China (incluindo títulos listados em bolsas no exterior) continuou a ser predominante, representando 29,9% da carteira de investimentos externos aplicados pelos residentes de Macau. O respectivo valor de mercado atingiu 321,0 mil milhões de patacas, ou seja, menos 1,7% face ao final de 2022. Refira-se que os investimentos consistiram em 103,6 mil milhões de patacas em títulos representativos de capital, 171,6 mil milhões em obrigações a longo prazo e 45,8 mil milhões em obrigações a curto prazo, os quais correspondem, respectivamente, a 31,0%, 26,1% e 57,0% do total nas respectivas categorias. Por seu turno, a quota da carteira de investimentos emitidos por entidades na Região Administrativa Especial de Hong Kong reduziu-se de 10,8% para 10,2%, não obstante ter crescido 1,0% o seu valor de mercado (109,5 mil milhões de patacas). Realça-se que os investimentos em títulos representativos de capital e em obrigações a longo prazo atingiram 37,3 mil milhões e 58,5 mil milhões de patacas, respectivamente, em valor de mercado.
A maior parte da carteira de investimentos na América do Norte concentrou-se nos Estados Unidos da América, onde os investimentos dos residentes de Macau cifraram-se em 175,9 mil milhões de patacas em valor de mercado, com uma subida de 18,1% relativamente ao final de 2022. Entretanto, o respectivo peso na carteira de investimentos no exterior aumentou de 14,8% para 16,4%.
A quota de investimentos em títulos europeus situou-se em 15,3%, traduzindo um acréscimo de 1,4 pontos percentuais em comparação com o final de 2022 e o seu valor de mercado atingiu 164,2 mil milhões de patacas, ou seja, mais 17,2%. Entre os países europeus, os investimentos no Luxemburgo, na Irlanda e no Reino Unido representaram os maiores pesos, com valores de mercado de 39,0 mil milhões, 37,9 mil milhões e 34,1 mil milhões de patacas, respectivamente.
O valor de mercado da carteira de investimentos dos residentes de Macau emitidos por entidades no Atlântico Norte e Caraíbas alcançou 163,1 mil milhões de patacas, mais 2,6% relativamente ao final de 2022, porém, o seu peso na carteira de investimentos no exterior diminuiu de 15,8% para 15,2%. Salienta-se que cresceu 2,8% o valor de mercado da carteira de investimentos nas Ilhas Virgens Britânicas, situando-se em 80,3 mil milhões de patacas.
Quanto aos títulos emitidos por países integrados na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” (excluindo a China), detidos por residentes de Macau, o seu valor de mercado cresceu 11,4% face ao final de 2022 para 103,1 mil milhões de patacas, representando 9,6% do total da carteira de investimentos no exterior. Em simultâneo, o valor de mercado da carteira de investimentos em países de língua portuguesa atingiu 919,4 milhões de patacas, o qual foi aplicado em títulos emitidos por entidades em Portugal e no Brasil.
O Inquérito à Carteira de Investimentos (ICI) é realizado conjuntamente pela AMCM e pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em conformidade com as metodologias estatísticas promovidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).