Organizado conjuntamente pela Associação dos Construtores Civis Internacionais da China e pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, o 14.º Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas (IIICF) foi inaugurado hoje (dia 1). O evento reúne mais de três mil figuras de elite das esferas política, empresarial e académica de todo o mundo e envolvidas no sector de infra-estruturas, para abordar, de forma aprofundada e em torno de tendências de desenvolvimento como ecologia, baixa emissão de carbono e transformação digital e inteligente, diversos temas como energia, cooperação internacional e transição ecológica, com vista a promover em conjunto o desenvolvimento de qualidade da cooperação internacional em infra-estruturas.
Cooperação em infra-estruturas como o novo motor da recuperação da economia mundial, convidados apresentam perspectivas de desenvolvimento
Durante a sua intervenção na sessão de discursos principais, na cerimónia de inauguração, a Vice-Ministra do Ministério do Comércio da República Popular da China, Guo Tingting, afirmou que a tendência da polarização múltipla do mundo e a globalização da economia é inevitável, pelo que o desenvolvimento digital oferece novas dinâmicas ao investimento de infra-estruturas internacionais e novas oportunidades à cooperação internacional em infra-estruturas. Sobre o reforço da cooperação internacional em infra-estruturas no futuro, a Vice-Ministra apresentou quatro sugestões, nomeadamente dar continuidade à postura aberta e inclusiva; dar continuidade à inovação; dar continuidade ao desenvolvimento verde; e dar continuidade à relação de cooperação e de benefício mútuo.
O Vice-Primeiro-Ministro da Mongólia, Amarsaikhan Sainbuyan, comentou, no seu discurso em vídeo, que a Mongólia conseguiu, pela primeira vez, subir 18 lugares na classificação do índice de administração digital de 2022, lançada duas vezes por ano pela Organização das Nações Unidas. Sob o enquadramento das políticas de desenvolvimento a longo prazo estabelecidas no âmbito da “Visão para 2050”, aprovada pelo Grande Khural do Estado (Parlamento unicamaral da Mongólia) em 2020, o Governo mongol lançou uma série de medidas cujo objectivo é promover desenvolvimento socioeconómico e humano, constituir serviços económicos dotados de novas tecnologias e conhecimentos inovadores e elevar o grau de transparência e abertura dos trabalhos desenvolvidos pelo país e Governo. O Ministério de Desenvolvimento Digital e de Comunicações da Mongólia irá promover activamente a aplicação dos resultados tecnológicos no investimento e na construção de infra-estruturas, estando ainda disposto a formar parcerias orientadas para os princípios ecológicos e impulsionadas pela transformação digital e inteligente no domínio financeiro, de modo a estimular o desenvolvimento do sector nacional de infra-estruturas, com base na relação de benefício mútuo.
No seu discurso, o Presidente do Conselho de Administração da Power Construction Corp of China Ltd., Ding Yanzhang, explicou que o grupo, motivado pela construção empenhada de um ecossistema industrial baseado no princípio de “partilha de benefícios e de riscos”, tem vindo a formar parcerias no mercado com várias empresas multinacionais, estando envolvido, neste momento, no desenvolvimento de 110 projectos em cooperação com 28 países. Além disso, o grupo liderou a iniciativa de estabelecer a plataforma International New Energy Solution (INES). O presidente espera poder colaborar com as várias partes envolvidas para reforçar a relação de complementaridade, implementar as estratégias da “dupla meta de carbono” e impulsionar a transição verde e de baixo carbono das indústrias. Por fim, o representante explicou que a digitalização é uma das principais estratégias do grupo, no enquadramento da qual a digitalização da gestão, a digitalização da indústria e a industrialização digital têm sido implementadas para integração entre a tecnologia digital e as actividades industriais. Até ao momento, os resultados da digitalização, desenvolvida por iniciativa própria e promovida a nível de recursos hídricos, de energias, de minas, de áreas urbanas e de centrais hidráulicas, têm sido aplicados no processo de construção de mais de 100 projectos.
Já o Ministro do Ministério do Desenvolvimento de Recursos Hídricos e do Saneamento da República da Zâmbia, Mike Elton Mposha, referiu no seu discurso que a economia zambiana depende da agricultura e o fornecimento de electricidade no país é essencialmente proveniente das forças hídricas, por isso, a promoção em grande escala da construção de infra-estruturas relacionadas com recursos hídricos é o foco, de modo a apoiar o desenvolvimento de outras indústrias. Durante a última Assembleia da União Africana, o país lançou o Programa de Investimento no Sector Hídrico da Zâmbia (ZIP), cujo objectivo aponta para um investimento de cerca de 5,97 mil milhões de dólares, até 2030, para responder à falta de infra-estruturas relacionadas com recursos hídricos no país e oferecer oportunidades a outros países para participar na sua rede de infra-estruturas.
Segundo o Presidente do Conselho de Administração da China National Chemical Engineering Group Corporation Ltd., Dai Hegen, sob a nova fase de revolução tecnológica e com as constantes transformações industriais, o sector de infra-estruturas enfrenta novas oportunidades de crescimento, o que o tornará certamente no novo motor que impulsionará a recuperação da economia mundial. Nesse sentido, os princípios de desenvolvimento verde e de baixo carbono, a promoção contínua a transição digital e inteligente e o planeamento de novas energias e novos materiais são a chave. A China National Chemical Engineering Group, por sua vez, tem participado permanentemente na construção de infra-estruturas internacionais, pelo que espera poder, juntamente com todas as partes envolvidas, continuar a potenciar as vantagens a nível de agregação de energias e recursos, inovação tecnológica, conversão de projectos de construção, investimento e financiamento, para criar infra-estruturas verdes que permitem o desenvolvimento conjunto da cadeia industrial e da cadeia de abastecimento. O representante máximo ainda expressou a expectativa de conseguir beneficiar dos recursos extraídos de países com estabilidade política e rica reserva de recursos como óleo, gás e carvão, para criar projectos que integram matérias-primas e produtos químicos do topo de gama.
O Presidente da CRRC Corporation Ltd., Lou Qiliang, reiterou no seu discurso que a CRRC, enquanto a entidade executante e impulsionadora dos projectos de transporte ferroviário de todo o mundo, tem-se dedicado ao desenvolvimento de alta qualidade, inteligente e verde. Nos últimos anos, através da transição digital e da inovação do modelo de negócio, o grupo conseguiu contribuir para o desenvolvimento de alta qualidade do sector de transporte ferroviário, tendo reconhecido, ao mesmo tempo, a importância e a urgência da incorporação de conceitos ecológicos e inteligentes na promoção desse tipo de desenvolvimento. Face a esta realidade, o grupo irá, no futuro, incidir o seu foco na investigação e no desenvolvimento de tecnologias originais, sistemas de solução e produtos de grande dimensão, por forma a promover o desenvolvimento conjunto da cadeia industrial, cadeia de valores e cadeia de inovação, com base nas suas vantagens em termos do fabrico de equipamentos e da gestão de operações e através da contratação de todos os serviços do projecto possibilitada pela oferta de serviços digitais. O presidente deixou ainda expectativas de colaborar com mais parceiros de todo o mundo, no sentido de formar mecanismos de cooperação práticos e abrangentes no domínio financeiro, jurídico, de projecto de construção, de operação e manutenção e de seguros, criando em conjunto um novo panorama de desenvolvimento aberto e de qualidade em prol do sector de transporte ferroviário.
Dobro da dimensão de exposição e 90% de stands de montagem personalizada proporcionam oportunidades de negócio ao sector
A realização do Fórum deste ano será totalmente presencial, contando com mais de três mil convidados, incluindo mais de 40 convidados de nível ministerial e superior, cerca de 20 instituições financeiras, mais de 70 empresas das 250 melhores de construção civil classificadas pela ENR a nível mundial, quadros superiores de administração de mais de dez organizações internacionais, mais de dez associações comerciais estrangeiras, bem como mais de 700 empresas e instituições, que participarão nos fóruns e na exposição. Nesta edição, a dimensão geral do Fórum será mais do dobro, em comparação com a edição anterior.
Ainda nesta edição, a parte expositiva do Fórum será, pela primeira vez, realizada no pavilhão de exposição. A área de exposição aumentará 1,5 vezes, em comparação com a da edição anterior, com mais de 90% da área de exposição ocupada por stands de exposição personalizados. Entre estes, os stands de mais de 20 grandes empresas do Interior da China mobilizaram um investimento num valor médio superior a 500 mil patacas, tendo todos eles sido montados por prestadoras de serviços de Macau, o que proporcionou aos sectores locais um volume de negócio que ultrapassou os 10 milhões de patacas e trouxe aos trabalhadores de montagem de convenções e exposições de Macau muitas oportunidades de emprego. Este ano, além da participação contínua de entidades da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, dez empresas e instituições de Macau participarão pela primeira vez na exposição, com o intuito de contribuir ainda mais para que as mesmas se mantenham actualizadas sobre as novas tendências da conjuntura internacional no sector e consigam agarrar bem as novas oportunidades de crescimento.
No primeiro dia do Fórum, teve lugar a “Sessão de Bolsas de Contactos para Empresas de Macau e de Hengqin”, que proporcionou uma plataforma de contacto comercial para as empresas de Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada e as empresas expositoras. Além disso, a Organização também preparou visitas aos stands de maquinaria e equipamentos para os sectores de Macau, tendo algumas empresas visitantes de Macau já adquirido os equipamentos expostos.