O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, afirmou, hoje (20 de Novembro), que a situação da segurança, nos primeiros nove meses deste ano, manteve um ambiente estável e bom em geral, garantindo que as autoridades vão continuar a desenvolverem os seus trabalhos em conformidade com as linhas da acção governativa definidas para o ano 2018.
Ao apresentar o balanço da criminalidade, Wong Sio Chak assegurou que se continuará a supervisionar, analisar e estudar ininterruptamente a tendência do desenvolvimento da segurança da sociedade, bem como implementar antecipadamente o dispositivo policial e desenvolver efectivamente as medidas de prevenção e de investigação. Acrescentou que, par disso, a polícia vai recorrer a canais e formas diferentes para reforçar os trabalhos de sensibilização sobre a prevenção do crime de burla, com intuito de consciencializar, cada mais, a população contra estes crimes. Disse esperar intensificar também a comunicação e a colaboração com os órgãos de comunicação social, no sentido de aprofundar as relações de “cooperação entre a polícia e o cidadão” e “cooperação entre a polícia e a imprensa”.
O secretário, que presidiu à conferência de imprensa sobre o balanço da criminalidade relativo aos primeiros nove meses de 2018 e apresentação de dados sobre a aplicação da lei, revelou que a criminalidade em Macau registou, nos primeiros nove meses do corrente ano, uma descida ligeira de 1,8 por cento, comparando com o mesmo período do ano passado, com destaque para uma grande diminuição (23,9 por cento) dos crimes de violência grave. Entretanto, os crimes de “rapto”, “homicídio” e “ofensas graves à integridade física” mantiveram-se em zero ou com um registo muito baixo.
Indicou que nos primeiros três trimestres deste ano, registaram-se dois casos de homicídio, que tiveram origem em conflitos familiares. Entretanto, nos primeiros nove meses, a polícia recebeu um total de 72 casos de alegada violência doméstica, um dos quais, depois da devida investigação, já viu formulada a acusação. Explicou a necessidade de as autoridades investigarem e averiguarem se o respectivo caso satisfaz ou não os elementos para constituir o crime de violência doméstica, e só depois é possível ponderar se se intenta a acção judicial por violência doméstica ou por ofensa contra a integridade física.
Entretanto, o crime de burla subiu de 702 casos para 871 casos, representando um aumento de 24,1 por cento, porém, a “criminalidade relacionada com a burla telefónica”registou uma redução de 120 casos para 98 casos, originada principalmente pela descida notável do meio mais utilizado, ou seja, o estratagema fraudulento de “fazer-se passar por funcionário de órgãos governamentais da China continental. Wong Sio Chak acredita que a descida está relacionada com os trabalhos de sensibilização da polícia. No entanto, adiantou que crime de burla “advinha quem sou eu” registou um aumento de 14 para 50 casos, o aumento deste tipo de crime de burla representa a relação directa entre os novos meios utilizados por malfeitores e a confiança que conseguiram junto das vítimas, pois os burlões conseguiram identificar as vítimas pelos próprios nomes ao atenderem a chamada telefónica, pelo que se apela a todos os cidadãos para estarem mais alerta.
O mesmo responsável salientou que as autoridades de segurança divulgam, ininterrupta e oportunamente, aos cidadãos as novas formas utilizadas para cometer crime de burla, no sentido de prevenir e combater esse tipo de crime em todos os aspectos, prestando, particularmente, grande importância às actividades de sensibilização para a prevenção, mantendo-se igualmente em comunicação estreita com a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) e o sector bancário, estabelecendo com a Directoria Providencial de Polícia de Segurança Pública de Guangdong o mecanismo de comunicação e de rastreio rápido, bem como criando a linha aberta para a população consultar informações sobre prevenção de burla. Sublinhou que, tendo-se verificado que a maioria das vítimas do crime de burla, registados ultimamente, são estudantes do ensino superior, a Polícia organizou com o Gabinete de Apoio de Ensino Superior e instituições do ensino superior actividades de sensibilização sobre a prevenção deste género de crime, com o intuito de reforçar a consciência de estudantes contra aos mesmos.
Relativamente ao crime de furto, entre Janeiro e Setembro do corrente ano, registou-se uma descida de 46 casos, comparando com os 2129 casos do período homólogo do ano passado, o que representa uma descida ligeira de 2,2 por cento. No entanto, registaram-se 189 e 205 crimes de furto praticados por carteiristas nas vias públicas e nos transportes públicos, no ano corrente, significando respectivamente um aumento de 45 e 73 casos, respectivamente, em comparação com o mesmo período do ano passado, o que levou as autoridades a reforçarem o trabalho de fiscalização e inspecção nos sítios com maior concentração de pessoas e frequência de ocorrência de crimes, tendo criado, entretanto, um grupo especial que investiga os crimes de furto que ocorrem nos autocarros para reforçar o combate a essa criminalidade.
Relativamente ao combate de todos os tipos de crimes transfronteiriços, as polícias das regiões de Guangdong, Hong Kong e Macau, realizaram, entre 15 de Maio e 15 de Agosto, a Operação“Trovoada 18”, atingiu os efeitos previstos. Explicou que , sob a coordenação dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), essa operação envolveu mais de 15 mil agentes policiais, e cerca de 30 mil indivíduos foram sujeitos a investigação, dos quais 1715 indivíduos suspeitos de envolvimento em crimes foram conduzidos ao órgão judicial para efeitos de investigação. Revelou ainda terem sido descobertos 223 casos de agiotagem, envolvendo 502 indivíduos, um dos quais inclui mais de 100 membros de associação criminosa, constituindo o maior caso de agiotagem descoberto desde a transferência de Macau para a China. Wong Sio Chak disse que vai continuar a manter contactos estreitos e intercâmbio de informações com as entidades policiais do Interior da China e de Hong Kong, no sentido de se salvaguardar o bom ambiente de segurança de Macau.
Relativamente à avaliação do impacto do desenvolvimento do sector do jogo na segurança de Macau, Wong Sio Chak indicou que, entre os meses de Janeiro e Setembro de 2018, os processos instaurados de crimes relacionados com o jogo representam uma subida ligeira de 1,1 por cento, comparativamente ao período homólogo do ano passado. Explicou que os processos por “crime de sequestro”, dos quais 218 tiveram origem na prática do crime de usura, registou-se uma descida acentuada de 34,7 por cento, comparativamente aos processos instaurados no mesmo período do ano transacto, e os processos por crime de “usura”, dos quais 390 relacionados com o jogo, registaram uma subida de 24,2 por cento, comparativamente aos casos do período homólogo de 2017. Wong Sio Chak afirmou que a polícia instaurou oficiosamente ocorrências de crime de “usura”, resolveu e desmantelou vários grupos dedicados à prática deste crime, acreditando-se ser esta a razão principal pela qual os casos de “usura” tenham registado uma subida. Indicou ainda que, até ao momento, a polícia não recebeu informações sobre qualquer anormalidade no comportamento de associações secretas devido ao desenvolvimento e ajustamento do sector do jogo, e o desenvolvimento deste mesmo sector, não trouxe, até agora, quaisquer consequências negativas para a situação da segurança de Macau.
Relativamente às pessoas envolvidas em actividades de troca ilegal de moeda, vulgarmente conhecidas como “cambistas burlões”, sabe-se que estão activas dentro e fora dos hotéis e dos casinos em Macau, cuja actividade origina directamente uma série de fenómenos criminais, tais como roubo ou burla, bem como rixas devido à competição por interesses. Wong Sio Chak indicou que a Polícia mantém elevada atenção aos novos desenvolvimentos de segurança pública e, até ao momento, procedeceu-se aum total de 76 operações de rusgas, e foram investigadas 2943 pessoas, entre as quais 412 “burlões de troca de dinheiro”. Esclareceu que, relativamente a essas pessoas, foram-lhes aplicadas as medidas de repatriamento e interdição de entrada, e a Polícia continuará a efectuar operações semelhantes, em prol de um ambiente mais seguro.
A terminar referiu que, nos últimos anos, grupos criminosos têm aproveitado o renome do sector de jogo de Macau para criarem websites falsos ou praticarem crime de burla, garantindo que as autoridades procedem, de forma activa, à verificação e análise a este tipo de websites, tendo solicitado a empresas com domínio registado em Server Hosting estrangeiros, para excluirem ou bloquearem 237 websites com características de burla. Até este momento, foram bloqueados ou retirados mais de 130 deste tipo de websites.