A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) divulga a estimativa preliminar da Balança de Pagamentos da RAEM referente ao ano 2012. A Balança de Pagamentos é um registo estatístico integrado que apresenta os resultados das transacções externas entre um sistema económico e outros países e territórios do mundo.
No ano de 2012 a estimativa preliminar do superavit da Balança de Pagamentos de Macau cifrou-se em 30,1 mil milhões de patacas, destacando-se entre as principais componentes: saldo positivo de 152,0 mil milhões de patacas na conta corrente e aumento de 106,8 mil milhões de patacas dos activos financeiros líquidos não reserva.
As importações de mercadorias, valorizadas em f.o.b. (franco a bordo), cresceram 14,0% em 2012, devido ao aumento da procura interna e das despesas dos visitantes, enquanto que as exportações de mercadorias subiram 24,1% após o aumento de 7,0% registado em 2011. Embora o crescimento das exportações de mercadorias tenha sido superior ao das importações de mercadorias, o valor das últimas tem superado substancialmente o das primeiras, provocando o aumento do défice da balança comercial, elevando de 62,4 mil milhões de patacas em 2011 para 70,3 mil milhões de patacas em 2012. Por seu turno, o superavit na conta de serviços foi impulsionado pelo acréscimo substancial das exportações de serviços de turismo, passando de 235,2 mil milhões de patacas para 275,3 mil milhões de patacas.
Na conta de rendimentos primários, que reflecte os fluxos de rendimentos de factores transfronteiriços, a saída líquida cresceu de 39,8 mil milhões de patacas em 2011 para 44,0 mil milhões de patacas em 2012. Esta subida acentuada foi motivada principalmente pelo acréscimo dos lucros auferidos por investidores directos estrangeiros em Macau. Os rendimentos secundários, que incluem principalmente as entradas e saídas de transferências pessoais e os donativos recebidos/doados entre organizações de caridade locais e do exterior, registaram uma saída líquida de 9,1 mil milhões de patacas em 2012, ou seja, mais 4,6 mil milhões de patacas face ao ano 2011.
Devido ao superavit significativo registado no comércio de serviços, compensando o défice verificado no de mercadorias, e às saídas líquidas dos rendimentos primários e secundários, o superavit em conta corrente atingiu 152,0 mil milhões de patacas, isto é, mais 23,4 mil milhões de patacas, em relação aos 128,6 mil milhões de patacas observados em 2011.
Os activos líquidos financeiros não reserva registaram uma saída líquida de 106,8 mil milhões de patacas em 2012, contra uma saída líquida de 13,2 mil milhões de patacas em 2011, destacando-se um aumento da entrada líquida de investimento directo, passando de 12,9 mil milhões de patacas em 2011 para 33,1 mil milhões de patacas em 2012. A saída líquida da carteira de investimentos desceu de 15,1 mil milhões de patacas em 2011 para 3,9 mil milhões de patacas em 2012. Nos termos do Regime Jurídico da Reserva Financeira que entrou em vigor no início de 2012, a conta do saldo acumulado financeiro do governo foi autonomizada da conta das reservas cambiais, estabelecendo uma conta própria da Reserva Financeira da RAEM. A saída líquida de outros investimentos subiu significativamente de 10,7 mil milhões de patacas em 2011 para 136,5 mil milhões de patacas em 2012, devido à transferência de activos, juntamente com o aumento significativo de activos externos relacionados com a reserva financeira durante o mesmo ano. Por seu turno, os derivados financeiros registaram uma entrada líquida de 487,7 milhões de patacas em 2012, contra uma saída líquida de 350,7 milhões de patacas em 2011.
A conta dos activos de reserva na Balança de Pagamentos reflecte o movimento líquido dos activos em moeda estrangeira geridos pela AMCM, exceptuando a Reserva Financeira da RAEM. Devido à entrada em vigor do Regime Jurídico da Reserva Financeira em 2012, os saldos acumulados financeiros foram tratados separadamente da conta das reservas cambiais, pelo que os activos de reserva registaram uma variação de amplitude reduzida. Os activos de reserva no exterior aumentaram 30,1 mil milhões de patacas no ano de referência (após deduzida a influência dos factores relacionados com variações de preços e de taxa cambial), contra o aumento de 81,6 mil milhões de patacas registado em 2011.
A partir deste ano, a “Balança de Pagamentos” da RAEM é elaborada em conformidade com os padrões revistos, constantes no “Manual da Balança de Pagamentos e Posição de Investimento Internacional (6ª Edição)”, recomendados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Esta síntese de estimativas agora divulgada é preliminar e as estimativas detalhadas serão revistas e publicadas posteriormente, no relatório estatístico a divulgar em Dezembro de 2013.
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