A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) realizou o XVI Recenseamento da População e o VI Recenseamento da Habitação em Agosto de 2021, com o intuito de recolher dados demográficos detalhados. Após a disseminação dos resultados preliminares dos Censos 2021 no final do ano passado, a DSEC divulga presentemente o relatório intitulado “Resultados Globais dos Censos 2021” e, simultaneamente, disponibiliza na página electrónica duas ferramentas de consulta de dados, nomeadamente, o “Sistema de Informação Geográfica Estatística” e a “Base de Dados Estatísticos da População”, por forma a facilitar aos cidadãos a consulta rápida de dados demográficos.
Crescimento abrandado e envelhecimento contínuo da população
Em Agosto de 2021 a população total de Macau era composta por 682.070 pessoas, mais 23,5%, face aos Censos 2011 (552.503 pessoas). Nos últimos dez anos a taxa de crescimento médio anual da população fixou-se em 2,1%, sendo inferior à de 2001-2011 (2,4%), tal revela um abrandamento no crescimento da população. A população local (excluídos os trabalhadores não residentes e os estudantes do exterior, ambos domiciliados em Macau) totalizou 568.662 pessoas, mais 17,2%, em relação a 2011.
A população de Macau continuou a envelhecer, isto é, a população idosa (com 65 ou mais anos) era constituída por 82.812 pessoas, registando-se um aumento significativo de 107,2%, face a 2011. Estas pessoas representaram 12,1% da população total, mais 4,9 pontos percentuais, relativamente a 2011. O índice de envelhecimento ascendeu 23,0 pontos percentuais para 83,7%.
Predominância da população feminina face à masculina e aumento da proporção da população solteira
A população feminina era composta por 361.785 pessoas e a masculina por 320.285 pessoas, representando 53,0% e 47,0% da população total, respectivamente. A relação de masculinidade foi de 88,5. Quanto à população local, a relação de masculinidade desceu ainda mais, passando de 92,7 em 2011 para 88,7 em 2021, evidenciando a predominância da população feminina face à masculina.
Da população com idade igual ou superior a 16 anos, 27,4% era solteira, mais 2,8 pontos percentuais, relativamente a 2011 e 64,1% era casada, menos 3,3 pontos percentuais. A idade média ao primeiro casamento continuou a ascender, passando de 28,6 anos em 2001 para 29,0 anos em 2011 e atingindo os 30,0 anos em 2021.
Crescimento da densidade populacional e “Baixa da Taipa” tinha a maior concentração da população
Em Macau a densidade populacional foi de 20.620 pessoas por quilómetro quadrado (km2), sendo superior à registada em 2011 (18.454 pessoas/km2). A maior densidade populacional manteve-se nas zonas estatísticas da “Areia Preta e Iao Hon” (153.104 pessoas/km2), da “Doca do Lamau” (144.424 pessoas/km2) e da “Barca” (141.621 pessoas/km2).
A zona estatística mais populosa de Macau foi a “Baixa da Taipa” (11,1% da população terrestre de Macau), ultrapassando os “Novos Aterros da Areia Preta” com 10,4% e a “Areia Preta e Iao Hon” com 10,1%. Por seu turno, em “Coloane”, na “Ilha Verde”, na “Universidade e Baía de Pac On” e no “Pac On e Taipa Grande” registaram-se os maiores crescimentos populacionais, isto é, +753,7%, +143,9%, +124,4% e +121,1%, respectivamente, face a 2011.
Aumento do nível de escolaridade e crescimento da população com o ensino superior
Nos últimos dez anos as habilitações académicas da população em geral aumentaram. Em 2021, 30,2% da população com idade igual ou superior a 15 anos tinha o ensino superior, totalizando 175.956 pessoas, este número aumentou aproximadamente cem por cento (ou seja, +99,9%), face a 2011. Além disso, 29,3% da população completou o ensino secundário complementar/curso de diploma e 40,5% tinha o ensino secundário geral e outras habilitações académicas.
Analisando por sexo, 30,4% da população masculina tinha o ensino superior, esta proporção foi ligeiramente superior à da população feminina (30,0%).
Redução contínua da dimensão dos agregados familiares e 73% dos agregados familiares moravam em casa própria
O total de agregados familiares foi de 202.727, mais 18,7%, face a 2011. O número médio de membros por agregado familiar correspondeu a 2,98 pessoas e quando comparado com o de 2011 (3,08 pessoas) e o de 2001 (3,14 pessoas), observou-se a tendência de redução da dimensão dos agregados familiares. Em termos de número de membros por agregado familiar, refira-se que os agregados familiares compostos por duas pessoas eram predominantes, representando 25,6% do total de agregados familiares, mais 2,3 pontos percentuais, relativamente a 2011.
Havia 148.091 agregados familiares que moravam em casa própria (propriedade do membro do agregado familiar), os quais representaram 73,4% do total de agregados familiares, mais 2,6 pontos percentuais, em relação a 2011. Além destes, 39.148 agregados familiares moravam em unidades de alojamento familiar arrendadas e a sua proporção em relação ao total de agregados familiares diminuiu 5,1 pontos percentuais, face a 2011.
Por seu turno, a oferta de habitação pública aumentou nos últimos dez anos, pelo que os números de agregados familiares que moravam em habitação económica (26.553) e em habitação social (12.963) subiram 61,3% e 121,4%, respectivamente, face a 2011, representando em conjunto 19,6% do total de agregados familiares em unidades de alojamento familiar, esta proporção ascendeu 6,4 pontos percentuais.
Quase 60% dos agregados familiares tinham veículos motorizados
O número de agregados familiares com veículos motorizados (motociclos ou automóveis particulares) totalizou 119.422 (59,0% do total de agregados familiares da população terrestre), registando-se um aumento significativo de 27,4%, face a 2011. Destes agregados familiares 60.245 tinham mais do que um veículo motorizado, mais 27,9%, relativamente a 2011.