Nas estatísticas divulgadas pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM) constata-se que os investimentos dos residentes de Macau - incluindo os indivíduos, governo e outras pessoas colectivas, mas excluindo as reservas cambiais da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) - em títulos emitidos por entidades não residentes independentes, calculados a preços de mercado em 31 de Dezembro de 2019, registaram um valor de 921,8 mil milhões de patacas, ou seja, +14,0% face a 30 de Junho de 2019 e +36,2% face ao final do ano 2018. Entre os vários componentes da carteira, os investimentos em títulos representativos de capital (incluindo fundos mútuos e investimentos em trusts), obrigações a longo prazo e obrigações a curto prazo situaram-se em 299,6 mil milhões, 582,6 mil milhões e 39,6 mil milhões de patacas, respectivamente, traduzindo aumentos respectivos de 30,8%, 36,0% e 106,8% em relação ao final de 2018.
Em termos da distribuição geográfica, a região asiática deteve ainda a maior fatia da carteira de investimentos externos dos residentes de Macau, com 58,5% do total, sendo a restante aplicada principalmente no Atlântico Norte e Caraíbas (18,9%), na Europa (10,6%), na América do Norte (9,5%) e na Oceânia (2,1%).
O investimento nos títulos emitidos por entidades no Interior da China (incluindo títulos listados em bolsas no exterior) continuou a ser predominante, representando 39,1% da carteira de investimentos externos aplicados pelos residentes de Macau. O respectivo valor de mercado situou-se em 360,8 mil milhões de patacas, ou seja, mais 37,6% face ao final de 2018. Refira-se que os investimentos consistiram em 113,0 mil milhões de patacas em títulos representativos de capital, 226,3 mil milhões em obrigações a longo prazo e 21,6 mil milhões em obrigações a curto prazo, os quais correspondem, respectivamente, a 37,7%, 38,8% e 54,5% do total nas respectivas categorias. Entretanto, a quota da carteira de investimentos emitidos por entidades na Região Administrativa Especial de Hong Kong aumentou de 12,7% para 12,8%, tendo subido 37,3% o valor de mercado (117,6 mil milhões de patacas). Nota-se que os investimentos em títulos representativos de capital e em obrigações a longo prazo atingiram 56,9 mil milhões e 55,0 mil milhões de patacas, respectivamente.
A carteira de investimentos dos residentes de Macau emitidos por entidades no Atlântico Norte e Caraíbas continuou a crescer. O valor de mercado de investimentos nestas regiões alcançou 174,2 mil milhões de patacas, o que equivale a um aumento de 21,0% relativamente ao final de 2018. No entanto, o respectivo peso na carteira de investimentos no exterior diminuiu de 21,3% para 18,9%. Em particular, cresceu 15,2% o valor de mercado da carteira de investimentos nas Ilhas Virgens Britânicas, situando-se em 85,5 mil milhões de patacas.
A quota de investimentos em títulos europeus cifrou-se em 10,6%, traduzindo um decréscimo de 0,3 pontos percentuais em relação ao final de 2018, enquanto o seu valor de mercado atingia 98,1 mil milhões de patacas, ou seja, mais 32,4%. Entre os países europeus, o Reino Unido, o Luxemburgo e a Irlanda representaram os maiores pesos, com valores de mercado de 27,6 mil milhões, 17,9 mil milhões e 14,7 mil milhões de patacas, respectivamente.
A maior parte da carteira de investimentos na América do Norte concentrou-se nos Estados Unidos da América (EUA), onde os investimentos dos residentes de Macau cifraram-se em 81,6 mil milhões de patacas em valor de mercado, com uma subida de 47,0% face ao final de 2018. Entretanto, o respectivo peso na carteira de investimentos no exterior cresceu de 8,2% para 8,9%.
Quanto aos títulos emitidos por países localizados ao longo do percurso de “Uma Faixa, Uma Rota” (excluindo o Interior da China), detidos por residentes de Macau, o seu valor de mercado aumentou 83,1% face ao final de 2018, atingindo 70,3 mil milhões de patacas, o que representa 7,6% do total da carteira de investimentos no exterior. Em simultâneo, o valor de mercado da carteira de investimentos em países de língua portuguesa atingiu cerca de 394,1 milhões de patacas, o qual foi aplicado em títulos emitidos por entidades em Portugal e no Brasil.
O Inquérito à Carteira de Investimentos (ICI) é realizado conjuntamente pela AMCM e pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em conformidade com as metodologias estatísticas promovidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).