O Conselho Consultivo para o Reordenamento dos Bairros Antigos de Macau encarregou o Instituto de Estudo do Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau de efectuar, entre Maio e Agosto do ano passado, um levantamento da situação actual dos moradores da zona da Rua do Padre António, sob forma de entrevista domiciliária, durante o qual foram visitadas 1 555 fracções habitacionais e 153 lojas comerciais. Mais dos 70% agregados familiares e lojistas entrevistados têm conhecimento do modelo de reordenamento dos bairros antigos e parece-lhes que a valorização ambiental, reabilitação e conservação são os modelos mais adequados à zona em que o levantamento incide. A equipa de investigação recomenda que, ao efectuar o reordenamento da zona da Rua do Padre António, sejam adoptados predominantemente os três modelos acima referidos, dando ênfase às características do Pátio das Seis Casas e do Pátio da Ilusão, de forma a conservar a textura e características daquela zona comunitária.
A fim de conhecer a situação actual dos agregados familiares e lojistas da zona da Rua do Padre António e sua expectativa e procura para com a construção da zona, e para acompanhar o estudo de planeamento efectuado pelos serviços competentes sobre a zona, o CCRBAM encarregou o Instituto de Estudo do Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau de realizar, com base no estudo do levantamento da situação actual da zona da Rua da Praia do Manduco e zona da Rua da Barra, uma pesquisa e estudo da situação actual da zona da Rua do Padre António, processo que envolveu 182 edifícios, um total de 2428 fracções habitacionais e lojistas. Neste levantamento, foram visitadas 1 555 fracções habitacionais (um total de 1 534 agregados familiares) e 153 lojas (um total de 139 lojistas), com taxa de sucesso situada respectivamente em 71,8% e 58,0%.
De entre os agregados familiares, 98% das fracções são ocupadas por um só agregado familiar, sendo poucas arrendadas ou subarrendadas; 77,4% proprietários que residem em habitação própria; 37,6% proprietários que residem em habitação própria que adquiriram há mais de 20 anos. Daí pode ver-se que na zona da Rua do Padre António predominam velhos moradores. De entre os lojistas, 51,1% são proprietários, 18,7% exploraram actividades há mais de 20 anos, predominando os que exploram actividades a médio e a longo prazo; são principalmente as pequenas e médias empresas a venda por grosso, construção e benfeitoria e restauração.
O grau de conhecimento dos agregados familiares e lojistas entrevistados varia de 70% a 72%. Muito deles são propensos à reabilitação, conservação e valorização ambiental. A maioria deles estão dispostos a efectuar reparações das partes comuns dos edifícios, cerca de metade de agregados familiares e 30% de lojistas procederam à reparação e conservação.
Os agregados familiares entrevistados que estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o actual ambiente comunitário, inclusivamente a situação de trânsito, protecção ambiental e espaço verde e instalações públicas são mais do que aqueles insatisfeitos ou muito insatisfeitos; por sua vez, os lojistas entrevistados são ao contrário.
Por outro lado, de entre os agregados familiares e lojistas entrevistados, cerca de 20% a 30% consideram que a zona da Rua do Padre António dispõe de lojas com peculiaridades; por volta de 70% acham que existem construções com características especiais ou valor histórico, inclusivamente a Igreja S. Lourenço, Templo A Má, Largo do Lilau, Casa do Mandarim, etc. Cerca de 75% manifestam estar cientes da finalidade das construções acima referidas. Os entrevistados esperam que a revitalização das construções com características especiais ou valor histórico pode ser concretizada através da realização de actividades culturais e criativas, espectáculos e exposições.