Sob a influência da tempestade tropical “Ragasa”, a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (DSMG) emitiu um alerta no dia 20 de Setembro, onde indicou que a tempestade "Ragasa" deveria atingir o nível de super tufão e poderiam ocorrer inundações resultantes de "Storm Surge" com nível semelhante ao da tempestade tropical "Mangkhut". Após avaliação, concluiu-se que “Ragasa” representaria uma grave ameaça para Macau. O Governo da RAEM passou a estar em alerta máximo, tendo o Chefe do Executivo, em conjunto com os cinco secretários, convocado uma reunião extraordinária para delinear uma série de trabalhos de resposta ao super tufão "Ragasa" e instruindo todas as áreas para a necessidade de prestação de apoio, colaboração, aconselhamento e exercício dos trabalhos de prevenção e de resposta, a fim de garantir ao máximo a segurança da vida e dos bens dos cidadãos e a estabilidade social.
Para o efeito, o Governo da RAEM mobilizou todos os esforços, em conjunto com a sociedade civil, para prevenir e responder à passagem de "Ragasa". Através do "Mecanismo de ligação comunitária de protecção civil", as autoridades reuniram-se com as associações e entidades profissionais no Centro de Operações de Protecção Civil (COPC), tendo coordenado os trabalhos de prevenção e sensibilização antes da chegada de “Ragasa”, assim como os trabalhos de restabelecimento após a passagem da tempestade tropical, tendo contado com o total apoio dos membros das associações.
Com a aproximação de “Ragasa”, o Governo da RAEM activou todos os meios de resposta, tendo convocado uma conferência de imprensa às 11h00 do dia 23 de Setembro para emitir alerta prévio e apresentar as medidas de resposta ao público. Durante a conferência de imprensa, a DSMG salientou que seriam emitidos nesse dia o aviso de “Storm Surge” laranja e o sinal n.º 8 de tempestade tropical, respectivamente pelas 13h00 e 17h00. De forma a assegurar a vida e os bens dos residentes, em conformidade com o Despacho do Chefe do Executivo, nos termos dos artigos 8.º, 9.º, n.º 1, e 11.º, n.º 1, alínea 7) da Lei n.º 11/2020 (Regime jurídico de protecção civil), declarou-se o estado de prevenção imediata na RAEM, a partir das 13h00 do mesmo dia, tendo a estrutura de protecção civil sido activada em simultâneo para executar o “Plano de evacuação das zonas baixas em situações de ‘Storm Surge’ durante a passagem de tufão”.
As operações de evacuação foram executadas por equipas de evacuação conduzidas respectivamente pelos Serviços de Alfândega (SA), Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), Polícia Judiciária (PJ), Corpo de Bombeiros (CB) e Escola Superior das Forças de Segurança de Macau (ESFSM), em conjunto com o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), o Instituto de Acção Social (IAS), a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) e a Cruz Vermelha de Macau, entre outros serviços. O COPC emitiu o aviso de “storm surge” através dos sistemas de alerta sonoro nos pontos altos e nas zonas baixas, e através do “sistema de verificação e evacuação das zonas baixas”, o pessoal da linha da frente apelou e evacuou os residentes das zonas baixas. As operações de evacuação foram concluídas por volta das 17h00, tendo sido evacuados 9.070 fogos, num total de 3.236 pessoas.
Em articulação com as operações de evacuação, os 17 centros de acolhimento de emergência e os 4 locais de permanência para evacuação de emergência do IAS foram abertos ao público, tendo sido acolhidas 705 pessoas.
Além disso, durante o período da passagem da tempestade tropical “Ragasa”, foram tomadas várias medidas de resposta. De acordo com o Despacho do Chefe do Executivo n.º 181/2025, a fim de garantir a segurança da vida e dos bens dos cidadãos, a partir do momento em que a DSMG anunciou a emissão de sinais de tempestade tropical superiores ao sinal n.º 8, determinou-se o encerramento temporário dos locais e recintos de actividade de jogos de fortuna ou azar, tendo os mesmos retomado o funcionamento a partir das 02h00 do dia 25 de Setembro.
A Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações também coordenou junto das operadoras de telecomunicações de Macau o envio de mensagens à população, a dar conhecimento atempado da medida de evacuação de forma a prepararem com antecedência.
Relativamente ao tráfego, o Auto-Silo Oeste do Posto Fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HKZM) foi aberto para o estacionamento gratuito de veículos automóveis ligeiros a partir das 15h30 do dia 23 de Setembro, as seis empresas de turismo e lazer integrados proporcionaram cerca de 3.680 lugares de estacionamento gratuitos ao público, e os 27 parques de estacionamento público situados nas zonas baixas foram encerrados pelas 18h30 do mesmo dia. Ao mesmo tempo, as quatro pontes que ligam Macau e a Taipa e a Ponte Flor de Lótus foram encerradas ao trânsito a partir das 18h30 e o tabuleiro inferior da Ponte de Sai Van foi aberto ao trânsito a partir das 18h00, para a circulação de veículos ligeiros e veículos autorizados. No entanto, com o hasteamento dos sinais n.º 9 e n.º 10 de tempestade tropical, o tabuleiro inferior da Ponte Sai Van foi igualmente encerrado por razões de segurança, tendo sido novamente aberto ao trânsito com o abaixamento para o sinal n.º 8 de tempestade tropical, pelas 16h00 do dia 24 de Setembro. Com o abaixamento do sinal de tempestade tropical para n.º 3 pelas 23h00, as quatro pontes que ligam Macau e a Taipa e a Ponte Flor de Lótus foram reabertas ao trânsito, tendo o tabuleiro inferior da Ponte Sai Van sido encerrado após a saída de todos os veículos.
Em relação aos serviços alfandegários, o posto fronteiriço da Ponte HKZM foi suspenso pelas 15h00 do dia 23 de Setembro, e os postos de migração das Portas do Cerco, de Qingmao e do Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau foram encerrados temporariamente a partir das 19h00 do dia 23 de Setembro. O Posto Fronteiriço Hengqin foi encerrado pelas 19h00, mantendo-se apenas o serviço de passagem de veículos de passageiros. Durante o içamento dos sinais n.º 9 e n.º 10 de tempestade tropical, o serviço de passagem de veículos de passageiros do Posto Fronteiriço de Hengqin foi também suspenso. Com a substituição para os sinais n.º 8 e n.º 3 de tempestade tropical, os serviços alfandegários dos postos fronteiriços terrestres foram retomados gradualmente, os serviços de passagem de veículos e da sala de inspecção de passageiros dos veículos foram retomados a partir das 17h30. Os postos fronteiriços das Portas do Cerco, de Qingmao e do Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau voltaram a funcionar a partir das 21h00 do dia 24 de Setembro. A Sala de Inspecção do Posto Fronteiriço Hengqin retomou o funcionamento dos serviços alfandegários pelas 23h00 e o posto fronteiriço da Ponte HKZM foi reaberto, tendo os serviços alfandegários restabelecido as operações pelas 00h00 do dia 25 de Setembro.
No que diz respeito à garantia da qualidade de vida da população, devido à subida rápida do nível de água causada pelo “Storm Surge”, a Companhia de Electricidade de Macau (CEM), por volta das 10h00 do dia 24 de Setembro, suspendeu o fornecimento de energia eléctrica em algumas zonas baixas, tendo cerca de 16.000 fogos sido afectados. O fornecimento da electricidade foi retomado pela CEM logo após o recuo das inundações. Esta medida conseguiu efectivamente garantir a segurança dos cidadãos e evitar danos nas instalações eléctricas.
No que se refere a operações de remoção de obstáculos, o COPC coordenou rapidamente os cinco serviços de evacuação e o IAM, efectuando inspecções de segurança a todas as estradas de Macau e trabalho de remoção de obstáculos. Posteriormente, durante o sinal n.º 3 de tempestade tropical, a Associação dos Proprietários de Máquinas de Construção Civil de Macau e a Companhia de Engenharia e de Construção da China (Macau), Limitada, utilizaram diversos equipamentos mecânicos para ajudar a remover das vias públicas árvores derrubadas e obstáculos de grande dimensão, envidando todos os esforços para assegurar a fluidez da circulação nas principais vias rodoviárias de Macau, de modo a assegurar a retoma da normalidade num curto espaço de tempo, salvaguardando a deslocação dos cidadãos e turistas em segurança.
Relativamente aos dados estatísticos de incidentes, o COPC registou 259 registos de ocorrência, incidindo principalmente: 147 casos de tratamento de objectos com risco de queda, 71 casos de queda de árvores e outros objectos, 6 casos de queda de instalações de estaleiros de construção, 23 casos de incêndio (maior parte relacionado com os quadros eléctricos), 11 casos de pessoas retidas, entre outras. Quanto aos feridos provocados pelo tufão, foram registados 8 casos, dentro dos quais 1 ferido em estado grave, com necessidade de internamento, não correndo risco de vida, e 7 feridos em estado ligeiro.
Com o afastamento da tempestade tropical “Ragasa”, a DSMG baixou para o sinal n.o 3 de tempestade tropical pelas 23h00 do dia 24 de Setembro. Conforme despacho do Chefe do Executivo, foi declarado o termo do estado de prevenção imediata pelas 23h00 do dia 24 de Setembro. A passagem da tempestade tropical “Ragasa” levou Macau a içar o sinal n.o 8 ou superior por 30 horas.
Por último, o Chefe do Executivo ao concluir o balanço dos trabalhos de resposta ao super tufão “Ragasa”, manifestou o agradecimento a todos os trabalhadores envolvidos nesta acção conjunta, sobretudo os membros da estrutura de protecção civil, e instruiu a todo o pessoal para envidar esforços nos trabalhos de restabelecimento pós-desastre. O Secretário para a Segurança e Comandante de Acção Conjunta (CAC), Wong Sio Chak, fez de igual modo um balanço geral dos trabalhos desenvolvidos durante o tufão, afirmando que, sob a liderança do Chefe do Executivo, os trabalhos relativos à emissão de alerta e ao planeamento de resposta foram desencadeados com sucesso. Não obstante de Macau ser atingido por um super tufão com a intensidade de vento de nível 12, culminando graves inundações em diversas zonas da cidade, não houve registo de ocorrências graves, tendo a normalidade da vida social sido restabelecida num curto espaço de tempo. Durante a acção de resposta ao tufão, graças à comunicação e coordenação eficaz entre os membros da estrutura de protecção civil, os trabalhos relativos à emissão de alertas, planeamento de operações e a tomada de precauções foram implementados de forma eficaz e eficiente, demonstrando plenamente o forte espírito de equipa baseado num planeamento antecipado para situações extremas e adversas. A elevada consciência de crise e a forte capacidade de cooperação entre os membros da estrutura de protecção civil, permitiram salvaguardar em conjunto a segurança da vida e dos bens dos residentes e turistas. Além disso, os trabalhos de resposta ao super tufão “Ragasa” concretizaram de forma exemplar o modelo modernizado de protecção civil baseado no conceito “Governo lidera, comunidade participa e residentes colaboram”. Espera-se que todos os sectores da sociedade continuem a unir esforços para construir, em conjunto, uma linha sólida de defesa da segurança, a fim de minimizar o impacto de eventuais catástrofes naturais que possa causar a Macau.