Os Serviços de Saúde foram notificados, na sexta-feira (dia 27 de Junho), para um (1) caso de infecção de Vibrio Vulnificus.
O caso foi detectado numa residente de Macau, mulher de 75 anos de idade, com antecedentes de doenças crónicas. Na tarde de 24 de Maio, picou acidentalmente os dedos da mão direita nas espinhas de um peixe, enquanto o manuseava em casa. Na madrugada do dia 25, apresentou sintomas como febre, dor e inchaço no local da punção, recorreu ao Centro Hospitalar Conde de São Januário para tratamento médico, tendo-lhe sido diagnosticada fasceíte necrotizante nos dedos da mão direita. Necessitou de ficar internada para ser submetida a um desbridamento e ao tratamento com antibióticos. Após análise laboratorial, foi confirmada a existência de Vibrio Vulnificus nas secreções da ferida. No dia 23 de Junho, devido à necrose dos dedos da mão direita, a doente foi submetida a intervenções cirúrgicas. Actualmente, a doente já está recuperada, já teve alta hospitalar e os membros familiares com quem coabita não manifestaram nenhuns sintomas semelhantes.
Vibrio Vulnificus é uma bactéria que existe de forma natural em águas marinhas relativamente quentes. Se uma ferida entrar em contacto com água contendo Vibrio Vulnificus ou, a pessoa comer frutos do mar contaminados, pode ficar infectada. As infecções causadas por Vibrio Vulnificus através de feridas, podem ser ligeiras, mas também podem causar fasceíte necrótica, com manifestação de dor extrema, vermelhidão, inchaço e rápida necrose de tecidos. As pessoas com fasceíte necrotizante podem ter de proceder à amputação de membros para salvar as suas vidas. Cerca de 20 a 30% delas podem ser fatais. O consumo de mariscos contaminados por Vibrio Vulnificus pode causar diarreia, vómitos e dores abdominais, não havendo, de um modo geral, consequências graves. Contudo, se a pessoa infectada tiver outras doenças crónicas, principalmente doenças hepáticas e diabetes, pode ocorrer sepse e apresentar sintomas como febre, calafrios, diminuição da pressão arterial, aparecimento de bolhas na pele e, nos casos mais graves, pode resultar em morte.
Os Serviços de Saúde apelam aos residentes para que tomem medidas para prevenir a infecção por Vibrio Vulnificus:
1. Evitar o contacto de feridas ou pele danificada com água marinha;
2. Limpar bem e fazer um curativo adequado na ferida;
3. Devem ser utilizadas luvas durante o tratamento de marisco cru;
4. Cozinhar bem os mariscos, especialmente os mariscos, como ostras, moluscos, mexilhões, etc.;
5. Ao cozinhar mariscos, deve-se cozinhá-los até que as cascas se abram, antes de os comer;
6. Os alimentos cozinhados e os mariscos crus, devem ser devidamente separados, para evitar contaminação cruzada;
7. Caso apareçam sintomas de infecção, como vermelhidão da pele, inchaço, dor, supuração, etc., procure atendimento médico, o mais rápido possível.