Os proprietários da restauração e os retalhistas entrevistados tiveram crescimentos homólogos do volume de negócios em todos os meses de 2023, indicando que nesse ano a conjuntura melhorou significativamente face a 2022. Salienta-se que os maiores crescimentos do volume de negócios de ambos os ramos de actividade económica se verificaram nos meses de Junho e Julho, devido principalmente às bases de comparação dos idênticos meses de 2022 terem sido relativamente baixas, informam os Serviços de Estatística e Censos.
Em Dezembro de 2023 o volume de negócios dos proprietários entrevistados da restauração subiu 73,4%, face a Dezembro de 2022. Destaca-se que o volume de negócios dos restaurantes ocidentais e o dos restaurantes chineses ascenderam 106,4% e 104,3%, respectivamente, porém, o volume de negócios dos restaurantes japoneses e coreanos diminuiu 6,0%. Quanto ao comércio a retalho, observou-se que no mês em análise o volume de negócios dos retalhistas entrevistados cresceu 46,8%, em termos anuais. Salienta-se que o volume de negócios dos relógios e joalharia (+79,9%) e o das mercadorias de armazéns e quinquilharias (+78,8%) registaram os maiores crescimentos, contudo, o volume de negócios dos supermercados desceu 6,7%.
No mês de referência o volume de negócios dos proprietários entrevistados de todos os tipos de restauração e o dos retalhistas entrevistados de todos os tipos de comércio a retalho ascenderam face a Novembro de 2023, graças aos feriados do Natal. O volume de negócios dos proprietários entrevistados da restauração subiu 14,0%, em termos mensais, destacando-se que o dos restaurantes ocidentais (+22,2%) e o dos restaurantes chineses(+19,1%) tiveram os crescimentos mais significativos. Relativamente ao comércio a retalho, observou-se que no mês em análise o volume de negócios dos retalhistas entrevistados cresceu 23,6%, em termos mensais, realçando-se que o do vestuário para adultos (+39,2%) e o das mercadorias de armazéns e quinquilharias (+33,0%) registaram os acréscimos mais substanciais.
Em relação às expectativas sobre o volume de negócios, 36% dos proprietários entrevistados da restauração projectaram que o volume de negócios para Janeiro de 2024 descesse em termos mensais, destacando-se que a proporção dos proprietários dos restaurantes ocidentais atingiu 68%. Por seu turno, cerca de 22% dos proprietários da restauração anteviram acréscimos mensais no volume de negócios para Janeiro. Relativamente ao comércio a retalho, 35% dos retalhistas entrevistados previram que o volume de negócios para Janeiro de 2024 decrescesse em termos mensais, realçando-se que mais de metade dos vendedores dos automóveis (64%) e dos retalhistas de produtos cosméticos e de higiene (55%) projectaram decréscimos mensais no volume de negócios. Além disso, cerca de 30% dos retalhistas entrevistados anteviram crescimentos mensais no volume de negócios para Janeiro, salientando-se que a proporção dos supermercados e a dos retalhistas de artigos de couro foram de 44% e 40%, respectivamente.
Quanto ao índice de perspectivas de negócios, que reflecte a previsão dos proprietários e retalhistas entrevistados sobre a tendência da variação mensal do volume de negócios, verificou-se que o do ramo de actividade económica da restauração (43,1) e o do ramo do comércio a retalho (47,1) foram ambos inferiores a 50, isto é, tanto os proprietários da restauração como os retalhistas entrevistados anteviram que o desempenho dos negócios para Janeiro de 2024 seria mais fraco do que o do mês em análise.
Os destinatários entrevistados do “Inquérito de Conjuntura à Restauração e ao Comércio a Retalho” foram 229 amostras do ramo de actividade económica da restauração e 161 do ramo do comércio a retalho, correspondentes a cerca de 53,5% e 70,6% das respectivas receitas dos ramos em 2019. Os resultados do inquérito não foram obtidos pela inferência global. A variação do volume de negócios entre o mês em análise e o mês de comparação pode servir como indicador de referência para o desempenho dos negócios dos ramos da restauração e do comércio a retalho, visto que no inquérito as amostras (comerciantes) são fixas. O valor do “índice de perspectivas de negócios” varia entre 0 e 100. Se o valor do índice for superior a 50, significa que a expectativa dos negócios do ramo para o mês seguinte seria melhor face ao mês em análise. Se o valor do índice for inferior a 50, a expectativa dos negócios do ramo para o mês seguinte seria mais fraca.