O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, indicou, hoje (4 de Dezembro), que, entre Janeiro e Setembro de 2023, o número de crimes em geral aumentou significativamente em comparação com o ano transacto, mas é inferior ao número registado no período homólogo de 2019. Revelou que, nos últimos anos, os crimes de burla, especialmente com recurso às telecomunicações e à internet, têm aumentado exponencialmente em Macau e em muitos países e regiões, prejudicando gravemente a segurança dos bens das pessoas. Sublinhou que a Polícia dá grande importância a esta situação e continua a melhorar o seu trabalho de prevenção, de combate e de recuperação de prejuízos, esperando que a Polícia e a população trabalhem em conjunto para construir uma sociedade “contra a burla em conjunto” e assim garantir, de forma efectiva, os legítimos direitos e a segurança dos bens da população.
O secretário Wong Sio Chak presidiu, esta manhã, à sessão de apresentação das estatísticas da criminalidade e dos trabalhos de execução da lei entre os meses de Janeiro e Setembro de 2023. Na ocasião, revelou que, nos primeiros três trimestres do corrente ano, a Polícia de Macau instaurou 9.653 inquéritos criminais, representando um aumento de 2.324 casos e de 31,7 por cento e uma diminuição de 945 casos e de 8,9 por cento, em comparação com os períodos homólogos de 2022 e de 2019. Segundo o secretário, o aumento do número de casos estará relacionado com o aumento acelerado do número de turistas, a recuperação da economia e a diminuição da atenção da população.
O mesmo responsável revelou que o aumento do número de crimes contra o património é consideravelmente óbvio, sendo a principal razão o aumento dos crimes de burla e de furto, a mudança de tendência que é semelhante à situação da maioria dos países e das regiões vizinhas. Acrescentou que, de acordo com as técnicas mais recentes e as características dos casos de burla, a Polícia irá ajustar e optimizar ininterruptamente as medidas concretas e continuará a reforçar o intercâmbio e a cooperação com as polícias das regiões vizinhas, os bancos e o sector das telecomunicações, combatendo especificamente os grupos de burla transfronteiriça e envidando todos os esforços para proteger os direitos e interesses legítimos da população. Wong Sio Chak salientou que, embora a Polícia e outros serviços governamentais, grupos e associações relevantes tenham realizado imenso trabalho de divulgação sobre a prevenção de burlas, com conteúdos abrangentes de todas as técnicas de burlas comuns e de novas técnicas, ainda assim existem algumas pessoas que caem nestas armadilhas, devido à ganância ou a negligência, resultando em perdas de bens pessoais.
O secretário defendeu que a prevenção de crimes de burla requer a participação conjunta de toda a sociedade, e que a população deve estar mais vigilante, não deve negligenciar diferentes tipos de informações antifraude e deve evitar ser ganancioso. Apelou para no caso de detectarem uma burla ou pistas relevantes, as pessoas devem denunciá-la atempadamente à Polícia, ou procurar ajuda.
Entretanto, foi registado, nos primeiros três trimestres do corrente ano, um total de 1.642 casos de “crimes contra a pessoa”, que representam um acréscimo de 18 casos e de 1,1 por cento e uma descida de 243 casos e de 12,9 por cento, em comparação com os períodos homólogos do ano passado e de 2019, respectivamente. Adiantou ter-se verificado um total de 180 casos de “criminalidade violenta”, representando um acréscimo de 66 casos e de 57,9 por cento, relativamente ao período homólogo do ano passado, mas um decréscimo de 343 casos e de 65,6 por cento, comparativamente com o mesmo período de 2019.
Wong Sio Chak frisou ainda que, para melhorar o ambiente da segurança em geral da Zona da Grande Baía, as polícias de Guangdong, de Hong Kong e de Macau continuaram a realizar, no corrente ano, a operação conjunta policial “Trovoada 2023”. Explicou que, entre 12 de Junho e 21 de Setembro, os Serviços de Polícia Unitários (SPU) coordenaram os Serviços de Alfândega (SA), o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e a Polícia Judiciária (PJ), tendo sido realizadas 2.094 acções de combate e rusgas, mobilizadas 23.175 forças policiais e feitas 86.005 investigações a pessoas, das quais 1.140 foram entregues aos órgãos judiciais pela presumível prática de 930 casos, incluindo crimes de droga, auxílio de imigrantes ilegais, usura, burla, branqueamento de capitais, exploração de prostituição, associação criminosa, entre outros crimes.
Quanto à avaliação do impacto da situação actual do sector do jogo na segurança de Macau, Wong Sio Chak apontou que as autoridades da segurança prestam a maior atenção aos factores de instabilidade para a segurança durante o processo de desenvolvimento da indústria do jogo, continuam a avaliar o possível impacto na segurança de Macau. Acrescentou que, em termos da tendência das mudanças da criminalidade em geral relacionada com o jogo entre Janeiro e Setembro de 2023, a proporção desses tipos de crimes mudou claramente após a epidemia, e a proporção de crimes tradicionais relacionados com o jogo, como agiotagem e sequestro, diminuiu, mas a proporção de casos como burla, furto e apropriação ilegítima aumentou significativamente.
O mesmo adiantou que, com a iminente aproximação de feriados importantes, tais como o Natal, o Ano Novo e o Ano Novo Lunar, as autoridades da segurança estimam que o número de turistas em Macau possa atingir um novo e elevado nível pós-epidemia, e em simultâneo, os factores incertos que afectam a segurança pública também podem aumentar, pelo que as mesmas irão acompanhar de perto esta situação, continuarão a avaliar a situação geral da segurança da sociedade em Macau e a estudar profundamente as últimas tendências das mudanças de diferentes tipos de crimes, bem como irão também reforçar o intercâmbio de informações e a cooperação policial com as regiões vizinhas. Garantiu que continuarão a melhorar a sua capacidade de previsão e de resposta a possíveis situações emergentes de segurança e a ajustar a implementação atempada dos dispositivos policiais, a fim de proteger a segurança da vida e os bens da população, bem como a prosperidade e a estabilidade da sociedade de Macau.