Nas estatísticas divulgadas pela Autoridade Monetária de Macau constata-se que os investimentos dos residentes de Macau - incluindo os indivíduos, governo e outras pessoas colectivas, mas excluindo as reservas cambiais da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) - em títulos emitidos por entidades não residentes independentes, calculados a preços de mercado em 31 de Dezembro de 2022, registaram um valor de 1.024,6 mil milhões de patacas, ou seja, +1,8% face a 30 de Junho de 2022 e -6,7% face ao final de 2021. Entre os vários componentes da carteira, os investimentos em títulos representativos de capital (incluindo fundos mútuos e investimentos em trusts), obrigações a longo prazo e obrigações a curto prazo alcançaram, respectivamente, 338,9 mil milhões, 595,5 mil milhões e 90,2 mil milhões de patacas em valor de mercado, traduzindo variações respectivas de -12,9%, -8,0% e +46,6%, em relação ao final de 2021.

Em termos da distribuição geográfica, a região asiática deteve ainda a maior fatia da carteira de investimentos externos dos residentes de Macau, com 51,2% do total, sendo a restante aplicada principalmente na América do Norte (16,6%), no Atlântico Norte e Caraíbas (15,5%), na Europa (13,7%) e na Oceânia (1,3%).

O investimento nos títulos emitidos por entidades no Interior da China (incluindo títulos listados em bolsas no exterior) continuou a ser predominante, representando 31,7% da carteira de investimentos externos aplicados pelos residentes de Macau. O respectivo valor de mercado situou-se em 325,3 mil milhões de patacas, ou seja, menos 18,3% face ao final de 2021. Refira-se que os investimentos consistiram em 108,3 mil milhões de patacas em títulos representativos de capital, 171,8 mil milhões em obrigações a longo prazo e 45,1 mil milhões em obrigações a curto prazo, os quais correspondem, respectivamente, a 32,0%, 28,9% e 50,0% do total nas respectivas categorias. Por seu turno, a quota da carteira de investimentos emitidos por entidades na Região Administrativa Especial de Hong Kong aumentou de 12,2% para 12,3%, apesar de ter diminuído 5,9% o valor de mercado (126,3 mil milhões de patacas). Realça-se que os investimentos em títulos representativos de capital e em obrigações a longo prazo atingiram, respectivamente, 55,7 mil milhões e 53,9 mil milhões de patacas em valor de mercado.

A maior parte da carteira de investimentos na América do Norte concentrou-se nos Estados Unidos da América, onde os investimentos dos residentes de Macau cifraram-se em 149,0 mil milhões de patacas em valor de mercado, com uma subida de 17,3% face ao final de 2021. Entretanto, o respectivo peso na carteira de investimentos no exterior cresceu de 11,6% para 14,5%.

O valor de mercado da carteira de investimentos dos residentes de Macau emitidos por entidades no Atlântico Norte e Caraíbas alcançou 159,0 mil milhões de patacas, menos 10,4% relativamente ao final de 2021. O respectivo peso na carteira de investimentos no exterior diminuiu de 16,2% para 15,5%. Salienta-se que decresceu 9,9% o valor de mercado da carteira de investimentos nas Ilhas Virgens Britânicas, situando-se em 78,2 mil milhões de patacas.

A quota de investimentos em títulos europeus foi de 13,7%, traduzindo um aumento de 0,3 pontos percentuais em relação ao final de 2021 e o seu valor de mercado atingiu 140,1 mil milhões de patacas, ou seja, menos 4,8%. Entre os países europeus, os investimentos no Luxemburgo, no Reino Unido e na Irlanda representaram os maiores pesos, com valores de mercado de 35,2 mil milhões, 32,4 mil milhões e 27,6 mil milhões de patacas, respectivamente. 

Quanto aos títulos emitidos por países localizados ao longo do percurso de “Uma Faixa, Uma Rota” (excluindo a China), detidos por residentes de Macau, o seu valor de mercado decresceu 1,2% face ao final de 2021 para 92,5 mil milhões de patacas, que representa 9,0% do total da carteira de investimentos no exterior. Em simultâneo, o valor de mercado da carteira de investimentos em países de língua portuguesa atingiu 935,0 milhões de patacas, o qual foi aplicado em títulos emitidos por entidades em Portugal e no Brasil.

O Inquérito à Carteira de Investimentos (ICI) é realizado conjuntamente pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM) e pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em conformidade com as metodologias estatísticas promovidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).