Após a passagem do tufão “Hato” e do tufão “Mangkhut”, as zonas florestais de Macau sofreram graves danos. Desde 2018, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) tem vindo a proceder, de forma faseada e contínua, à recuperação ecológica das zonas florestais, tendo já plantado mais de 125 mil mudas, incluindo mais de 120 espécies de árvores nativas. Após vários anos de monitorização contínua, verifica-se uma taxa de sobrevivência de mais de 90% das mudas e um bom crescimento, estabelecendo uma base para salvaguardar a biodiversidade nas zonas florestas. No 2.º trimestre do corrente ano, iniciar-se-á a 6.ª fase de recuperação florestal, com uma área total de 35 hectares em Coloane, nomeadamente, nos dois lados da Estrada Militar, no sul da Barragem de Hác-Sá e na zona de Long Chao Kok, prevendo-se o plantio de 35 mil mudas no próximo ano.
Com vista à recuperação do ambiente ecológico das zonas florestais de Macau, com o apoio da Florestry Administration of Guangdong Province, o IAM, em conjunto com um grupo de especialistas do Guangdong Academy of Forestry, tendo em conta as características florestais de Macau, determinaram os princípios e planos para a recuperação e optimização do ecossistema florestal. A empresa adjudicada para recuperação florestal tem de seguir o plano de recuperação elaborado pelo IAM e o referido grupo de especialistas, seguindo as seis etapas de recuperação e plantio como conservação das árvores existentes, remoção de trepadeiras, escavação de caldeiras, colocação de fertilizantes e preenchimento de solos, desinfecção e plantio de mudas de árvores, e a manutenção das árvores. Caso envolva a remoção de árvores nas zonas florestais, deve cumprir rigorosamente os três princípios de só remover árvores mortas, árvores doentes e plantas invasoras. O IAM e o grupo de especialistas continuam a monitorizar a eficácia do trabalho de recuperação.
Um habitat florestal saudável deve conter ervas, arbustos, árvores e biodiversidade. Nos últimos anos, muitas zonas florestais de Macau parecem verdejantes, mas, na realidade, as colinas foram cobertas por plantas trepadeiras de forma descontrolada, cobertando em vasta área por Hypserpa nítida e Mikania micrantha, prejudicando gravemente o crescimento das outras plantas e reduzindo gradualmente a função ecológica das zonas florestais, incapaz de providenciar fontes de alimentação e de habitats para os seres vivos, afectando o desenvolvimento sustentável da biodiversidade. Para além disso, as espécies de árvores pioneiras plantadas em Macau no século passado, como Acacia confusa e Casuarina equisetifolia.L, entre outras, apesar de terem a função de transformar o ambiente microclimático das zonas florestais e a fertilidade do solo, devido às suas características de vida curta, têm provocado o declínio de várias áreas florestais nos últimos anos. Por isso, é necessário remover as trepadeiras como a Hypserpa nítida e Mikania micrantha e, através de replantação de áreas florestais e manutenção contínua, procurar recuperar a ecologia e proteger a biodiversidade das zonas florestais. Segundo o “Relatório do Estado do Ambiente de Macau”, entre 2018 e 2021, registaram-se aumentos nas espécies de aves, mamíferos e insectos, enquanto as espécies de anfíbios, peixes e répteis mantiveram-se inalteradas.