Na sequência da ocorrência de vários casos de infecção colectiva por gastroenterite viral, os Serviços de Saúde apelam aos residentes e às instituições para que seja tomadas precauções contra gastroenterite causada por norovírus.
Os dados de monitorização dos Serviços de Saúde revelam que Macau já entrou na época com alta incidência de infecção por norovírus. A partir do final de Fevereiro de 2023, o número de casos confirmados de norovírus aumentou de forma constante em Macau; na oitava e nona semanas do corrente ano registaram-se 29 e 32 casos, respectivamente, o que demostra um aumento significativo em relação aos sete casos da sexta semana e aos dois casos da sétima semana de 2023. Desde Fevereiro de 2023 até à presente data, foram registados 11 casos colectivos de gastroenterite viral, que ocorreram principalmente em creches, jardins de infância e escolas primárias. As análises laboratoriais mostraram que, dos 11 casos, ocorreram 5 casos causados pelo norovírus, 3 casos negativos e 3 casos, cujos testes ainda estão em curso, dos quais não se registaram casos graves, nem casos mortais. De acordo com os dados de monitorização anteriores, o período de Janeiro a Março de cada ano é a época com maior incidência de infecção por norovírus em Macau. Os Serviços de Saúde estão a monitorizar de forma rigorosa, a situação do norovírus em Macau.
O norovírus é uma das causas frequentes que provoca gastroenterite viral. A infecção por norovírus é fácil de ocorrer em equipamentos colectivos, nomeadamente em lares de idosos e escolas, bem como junto de vários grupos etários. A via de transmissão inclui o consumo de alimentos ou água eventualmente contaminados por esse vírus; o contacto com vómitos ou dejetos de pessoas doentes; o contacto com os objectos contaminados; ou a transmissão por gotículas de saliva. A incubação da infecção ocorre normalmente entre 24 a 48 horas.
Os sintomas dessa doença contagiosa são náuseas, vómitos, diarreia com fezes aquosas, dores abdominais e febre ligeira. De um modo geral, os sintomas são ligeiros, e tratam-se de doenças autolimitadas, com a duração de 1 a 5 dias, sem complicações. Este vírus necessita de ser confirmado por análises laboratoriais.
Com o intuito de reduzir o risco de transmissão do norovírus nos lares, escolas ou famílias, o público, no momento do tratamento de vómitos, excrementos ou do ambiente que seja contaminado, deve usar máscara, avental e luvas para limpar com pano descartável ou, utilizar outros utensílios absorventes de água, deitá-los devidamente no caixote do lixo com tampa; em seguida, desinfectar com lixívia diluída na proporção de 1:10 nas superfícies contaminadas e as áreas adjacentes, deixando actuar a lixívia diluída na superfície durante 30 minutos, esfregar com água limpa e secar, devendo lavar mãos depois da limpeza.
Os Serviços de Saúde recomendam à população que preste atenção à higiene pessoal, ambiental e alimentar. Acresce que caso os profissionais do sector da restauração ou o pessoal de enfermagem manifestem sintomas como vómitos ou diarreia para não se apresentarem o local de trabalho e recorram a assistência médica, adoptando medidas rigorosas de higiene pessoal, de modo a evitar a propagação da doença.
Em caso de aparecerem doentes suspeitos, o pessoal prestador de cuidados de saúde deve ter a máxima cautela aquando da limpeza quer das fezes quer dos vómitos dos doentes, devendo substituir luvas e lavar as mãos imediatamente após cuidar de cada paciente.
Recomenda-se a todos as creches, escolas, lares e outras instituições similares que na ocorrência ou identificação de uma situação de infecção colectiva para contactarem de imediato o Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde através do número de telefone 2856 1122, de modo a proceder ao acompanhamento imediato.