A Comissão de Desenvolvimento de Talentos (CDT) convidou, há dias, várias personalidades do sector financeiro, de diferentes regiões, para uma vídeo-conferência com o objectivo de debater o rumo do desenvolvimento das indústrias financeiras de Macau, pretendendo estreitar a ligação entre os talentos oriundos do exterior e os serviços e as entidades de Macau com competências na referida área.
A vídeo-conferência teve a participação do Sr. Angus Choi, director executivo da Joint Electronic Teller Services Limited (JETCO), do Sr. Ip Sio Kai, vice- -presidente da Sucursal de Macau do Banco da China, do Sr. Tang Yongjian, director de Investimento do Forest Capital Partners de Singapura, da Sra. Gao Songyan, administradora executiva e directora executiva do Grupo de Educação e Investigação, e do Sr. Vong Sin Man, presidente do Instituto de Formação Financeira de Macau. Participaram, também, na vídeo-conferência, membros da CDT, entre eles, o Doutor Eric Yeung, presidente da direcção do Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau, o Doutor Lau Yun Tung, director do Colégio Chao Kuang Piu da Universidade de Macau, o Doutor Toa Charm, consultor da Faculdade de Gestão e Administração da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, e o Dr. Chang Kun Hong, director substituto da Direcção dos Serviços do Ensino Superior da RAEM.
Durante a vídeo-conferência, as diferentes personalidades debateram a situação do desenvolvimento de Macau no âmbito da tecnologia financeira, tendo, também, partilhado as suas opiniões sobre as tendências do desenvolvimento do sector em Hong Kong, Singapura e nos Países de Língua Portuguesa nos continentes africano e americano. A grande maioria dos participantes considerou que os primeiros passos dados do desenvolvimento no domínio financeiro de Macau têm sido um pouco lentos e condicionados pelo tamanho do mercado, e com o surgimento da pandemia, tornou- -se, ainda, mais evidente a necessidade de em Macau haver uma diversificação da economia. Neste sentido, o rumo do desenvolvimento de Macau deve ser direccionado para o reforço no âmbito da aplicação de dados, no aumento de produtos de gestão de fortunas e de património transfronteiriço, no fornecimento de serviços de tecnologia financeira de longa distância e de maior conveniência e no reforço na cooperação com Hengqin para se expandirem os negócios para a zona da Grande Baía e a promoção dos mesmos nos Países de Língua Portuguesa, de modo a que Macau atinja as suas potencialidades como plataforma de serviços e negócios comerciais.
Alguns participantes consideraram que o ambiente de negócio, o grau de maturidade da legislação e o índice habitacional em Macau ainda precisam de ser melhorados, mas por outro lado, a baixa taxa de tributação e a estabilidade política constituem, por sua vez, factores favoráveis para atraírem empresas de investimento estrangeiro. No debate sobre a escassez de talentos no sector financeiro moderno, os participantes apresentaram sugestões assentes nas seguintes quatro vertentes: Primeira, sugestão para que o sector faculte cursos de reciclagem para os trabalhadores efectivos, que já tenham certa experiência profissional e os incentive a inscreverem-se nos exames de credenciação profissional de nível internacional. Segunda, as instituições do ensino superior devem ponderar sobre a abertura de cursos pluri-sectoriais de aplicação tecnológica e informática para os alunos dos cursos de finanças, para formarem quadros qualificados para o desenvolvimento da sociedade. Terceira, sugerir ao Governo da RAEM que introduza, em função das necessidades, talentos internacionais altamente qualificados e com rica experiência na área financeira para colmatar a sua carência em Macau e formar, sob orientação e acompanhamento por estes quadros, talentos locais qualificados. Quarta, e última vertente, concepção de projectos de cooperação e intercâmbio ou oportunidades de estágio, de longo prazo, na área da tecnologia financeira, no sentido de incentivar os profissionais do sector a estagiarem em territórios que já têm um desenvolvimento consolidado nessa área, como Shenzhen, Hong Kong, Singapura, ou até Londres e Silicon Valley, nos Estados Unidos da América, alargando os seus horizontes e melhorando as suas capacidades.
A CDT vai continuar, através de plataformas e de outras diferentes formas, a reforçar a ligação com os talentos de Macau no exterior, impulsionando o intercâmbio entre talentos de diferentes sectores, contribuindo, assim, para o desenvolvimento dos diversos sectores de Macau.