O chefe da equipa de peritos em doenças infecciosas da Comissão Nacional de Saúde da China, membro da Academia Chinesa de Engenharia e director clínico do centro de investigação para doenças respiratórias, Zhong Nanshan, deslocou-se, hoje (29 de Junho), à Sede do Governo, a convite do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, para partilhar experiências e dar orientações sobre os trabalhos da próxima fase de combate à pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus aos serviços, entidades e profissionais de saúde, responsáveis por este trabalho em Macau.
O Chefe do Executivo começou por agradecer a Zhong Nanshan o apoio e orientações que tem dado a Macau para o combate e controlo da epidemia e disse ainda sentir-se honrado pelo facto de ter aceitado o convite do Governo da da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) para vir até Macau encorajar os profissionais de saúde locais. Além disso, fez votos para que durante o encontro de hoje fosse possível a partilha de recomendações para o desenvolvimento de mais trabalhos de preparação do combate à epidemia.
No encontro, Zhong Nanshan fez uma breve apresentação aos presentes da evolução da doença, a nível mundial, e das estratégias de controlo e combate, adoptadas no Interior da China, bem como das vias de transmissão, tratamentos e uso de medicamentos. Entre outros temas, falou ainda dos casos confirmados no Mercado de Xinfadi, em Pequim, e do tratamento de alimentos contaminados. O especialista sublinhou que o país tem implementado um mecanismo eficaz de combate e controlo, transmitindo com transparência todas as informações relativas à doença, o que tem conduzido a óptimos resultados.
Por outro lado, Zhong Nanshan constatou que Macau é um território de pequena dimensão, mas muito populado, e onde existe uma grande movimentação de pessoas. E o facto de, até ao momento, terem apenas sido registados 46 casos confirmados da doença e não haver óbitos, não constitui tarefa fácil, pelo que Macau merece servir de referência, tanto em termos de combate à epidemia, como de promoção da recuperação económica. O responsável também observou que a retoma da economia continua dependente de trabalhos de combate à epidemia, lembrando que, na próxima fase, dada ainda a inexistência de uma vacina contra a doença e ausência de imunidade, o contágio entre as pessoas manter-se-á relativamente fácil. Assim, Zhong Nanshan entende que não se deve proceder a um alívio das medidas de prevenção em Macau.
O Chefe do Executivo afirmou que o Governo da RAEM já alcançou bons resultados, na primeira vaga do surto, e apelou a todos os presentes para não descurarem as medidas preventivas, uma vez que a epidemia está a ter um impacto significativo em Macau, devido ao peso do sector terciário na sociedade local. Ho Iat Seng indicou igualmente que a recuperação económica, a abertura gradual das fronteiras, e o regresso de residentes e de estudantes do exterior impõem-se actualmente como importantes desafios para o governo. Assim, todos os serviços, entidades e profissionais envolvidos nos trabalhos de combate e profissionais de saúde devem empenhar-se, estar duplamente alerta e antecipar sempre o pior cenário, de modo a estarem bem preparados para as tarefas que se seguem, tomando como exemplo as experiências das outras regiões, especialmente no que concerne à inspecção sanitária de alimentos importados como carnes e outros produtos congelados.
No encontro, estiveram também presentes a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, a Chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, Hoi Lai Fong, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, o comandante do Corpo de Bombeiros, Leong Iok Sam, o director do Hospital Kiang Wu, Ma Hok Cheung, o presidente do Conselho Central da Cruz Vermelha, Eddie Wong, e o professor Yang Zifeng, do instituto de saúde respiratória de Cantão. Além destes, marcaram presença, a equipa de socorro do Corpo de Bombeiros e ainda representantes dos Serviços de Saúde, do Centro de Controlo e Prevenção da Doença, do Centro Hospitalar Conde de São Januário, dos centros de saúde, do Laboratório de Saúde Pública, dos Serviços de Turismo, do Gabinete de Gestão de Crises do Turismo, do Hospital Kiang Wu e da Cruz Vermelha, bem como os peritos que integraram a missão à Argélia. No total, o encontro contou com mais de 70 participantes.