De acordo com os resultados do Inquérito de Conjuntura ao Sector Industrial Exportador (I.C.S.I.E.) referente ao 1.º trimestre de 2020, a duração média mensal da carteira de encomendas das empresas inquiridas foi de 1,9 meses, inferiores aos 2,4 meses registados no 4.º trimestre de 2019.
A carteira de encomendas detida pelos sectores de “produtos farmacêuticos”, “equipamentos electrónicos/eléctricos”, “vestuário e confecções” e “outros sectores” foi de 5,0, 2,8, 0,7 e 0,4 meses, respectivamente.
No que concerne aos mercados de destino das exportações, da análise ao “Índice geral da situação de encomendas trimestral por mercados”, as empresas inquiridas consideraram, em geral, que a União Europeia, outros países da região Ásia-Pacífico e Hong Kong eram os mercados de destino com performance relativamente melhor, apresentando um índice de 16,6%, 9,3% e 6,5%, respectivamente.
No que respeita às perspectivas das exportações para os próximos seis meses, as empresas inquiridas que anteciparam uma perspectiva optimista subiram para 25% no trimestre em análise, representando um aumento de 9,1 pontos percentuais face ao 4.º trimestre de 2019 (15,9%) e uma diminuição de 12,2 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado (37,2%). Destas referidas, nenhuma empresa previu um “aumento acentuado” e 25% previram um “ligeiro crescimento”. As empresas que anteciparam uma evolução menos favorável foram de 69,9%, subindo, respectivamente, 28,5 e 62,2 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado. De entre estas, nenhuma empresa apontou para um “ligeiro decréscimo” e 69,9% para um “forte declínio”. As empresas que previram uma situação “semelhante” desceram de 42,7% no trimestre anterior, para 5,1% no trimestre em análise, correspondendo a uma quebra de 37,6 pontos percentuais. As empresas inquiridas tiveram opiniões diferentes sobre as perspectivas de exportações, sendo que a maioria considerou que, face ao impacto na economia global provocado pela epidemia da pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus, a evolução económica internacional para os próximos seis meses continuará ainda a descer, levando, assim, a um “forte declínio” nas exportações. Enquanto alguns consideraram que, com o abrandamento da epidemia da pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus, as procuras económicas acabarão por subir, especialmente os produtos com maior procura inelástica no período de prevenção da epidemia como produtos farmacêuticos, e consequentemente as futuras exportações apresentarão um “ligeiro crescimento”.
No tocante ao mercado de emprego, o número de trabalhadores da indústria transformadora para exportação registou uma ligeira redução de 3% face ao trimestre anterior e uma ligeira subida de 1,9% em comparação com o período homólogo do ano passado. Por outro lado, 15,3% das empresas inquiridas afirmaram ter enfrentado a situação da insuficiência de trabalhadores, sendo esta percentagem inferior à verificada no trimestre anterior (39,3%) e no idêntico período do ano passado (50%). Além disso, 90,4% das empresas inquiridas do sector de “produtos farmacêuticos” manifestaram uma procura relativamente notável de trabalhadores, o que significou que a procura de mão-de-obra neste sector era relativamente forte.
De acordo com os resultados deste Inquérito, de entre os problemas que afectam as actividades de exportação, 22,9% das empresas exportadoras consideraram o “insuficiente volume de encomendas” como o maior problema que estavam a encarar, enquanto 16,8% apontaram para a “insuficiência de trabalhadores” e 7% para os “preços elevados das matérias-primas”.
Quanto às perspectivas para os próximos três meses, de entre as empresas inquiridas, 67,4% preocupam-se principalmente com o “insuficiente volume de encomendas”, 37,5% com a “insuficiência de trabalhadores”, 24,1% com os “preços elevados das matérias-primas” e 21,4% com os “preços mais competitivos praticados no estrangeiro”.