Num encontro com representantes dos órgãos da comunicação social das línguas portuguesa e inglesa de Macau, que teve lugar no dia 17 de Fevereiro, a Vice-Presidente do Conselho de Administração da Fundação Macau, Dra. Zhong Yi Seabra de Mascarenha, deu conta dos trabalhos realizados por esta Fundação durante o ano de 2016. Ela afirmou que mesmo num contexto de “profundo ajustamento” na economia de Macau, a Fundação, sem prejuízo dos recursos investidos na melhoria do bem-estar da população e na formação de novos talentos, conseguiu executar, num bom ritmo, todos os seus trabalhos conforme o plano estabelecido, tendo contudo, sido mais abrangentes e mais satisfatórios, os benefícios sociais alcançados, com os apoios financeiros atribuídos. Assim, para o ano corrente, tal como nos anos anteriores, a Fundação, em cooperação com as políticas do Governo da RAEM, irá reforçar os seus trabalhos dedicados aos jovens, criar uma Bolsa de Estudo com o nome “Uma Faixa, Uma Rota”, assim como promover estudos temáticos sobre a estratégia “Uma Faixa, Uma Rota” a desenvolver pelas associações dos chineses ultramarinos de Macau, incentivando-as a aproveitarem as respectivas vantagens para estabelecer ligações e cooperações com as associações congéneres das zonas abrangidas por esta estratégia nacional. Por outro lado, a Fundação irá fazer uma revisão geral do regime de concessão de apoios financeiros, de modo a assegurar a aplicação equilibrada dos recursos disponibilizados e maximizar os benefícios sociais alcançados com as acções apoiadas de forma a contemplar um número cada vez maior de residentes e a beneficiar de forma mais eficiente as pessoas mais necessitadas.
O Conselho de Administração da Fundação Macau aproveitou a oportunidade para agradecer a atenção e o apoio dado pelos órgãos de comunicação social às actividades da Fundação, pois através das reportagens e do trabalho por eles realizado, consegue estar cada vez mais perto da população, o que permite uma maior interacção e melhor comunicação com os cidadãos.
A Vice-Presidente fez ainda um balanço sumário dos trabalhos realizados durante o ano de 2016, afirmando que “a Fundação tem vindo a promover, através de diversas formas de cooperação com as associações, várias actividades de cariz social ligadas à caridade e que visam melhorar o bem-estar da população e assegurar a harmonia e estabilidade social de maneira a beneficiar de forma efectiva e eficaz as camadas sociais mais carenciadas.
O orçamento da Fundação para o ano de 2016 foi cerca de 2920 milhões de patacas e as despesas efectivamente realizadas totalizaram 2170 milhões de patacas, registando uma taxa de execução orçamental de 74,3%. Das despesas realizadas, cerca de 1800 milhões de patacas referiram-se ao pagamento de apoios financeiros autorizados.
Efectivamente, em 2016, a Fundação concedeu cerca de 1520 milhões de patacas a título de apoio financeiro para apoiar um total de 2135 acções desenvolvidas por instituições ou indivíduos, tendo sido a maior parte daquele valor aplicado em acções no âmbito da educação e investigação (51.47%), seguido de acções culturais, desportivas e recreativas (13.40%) e de serviços de assistência social (7.10%). Por outro lado, o valor atribuído a título de bolsas de estudo atingiu 74 milhões de patacas.
A formação de novos talentos é uma das principais preocupações da Fundação. Assim, afirmou a Vice-Presidente que sob a orientação directa do Gabinete do Chefe do Executivo, a Fundação deu início ao “Programa Mil Talentos” em 2016, e ao abrigo deste Programa, foram realizadas 33 excursões de intercâmbio diversificado e aprendizagem ao Interior da China, das quais 22 foram do grupo de escolas secundárias e tiveram como destino, entre outras cidades, Jiangsu, Sichuan, Zhejiang e Pequim, e as restantes foram executadas por 10 associações que possuem grande experiência na realização de acções juvenis e tiveram como destino, entre outras cidades, Guangdong, Hunan, Heilongjiang e Xangai, tendo os resultados obtidos sido muito positivos, pois foram criadas condições para a preparação de novos talentos para o desenvolvimento do futuro de Macau.
Além disso, a Fundação continuou a conceder bolsas de estudo a estudantes locais e o valor atribuído a título de bolsas de estudo em 2016 atingiu mais de 74 milhões de patacas, sendo beneficiários 10449 alunos dos ensinos primário e secundário e 400 alunos do ensino superior dos quais 88 são alunos que estudam em Portugal.
No decurso de 2016, a Fundação continuou a executar, entre outras actividades, a “Acção de intercâmbio tecnológico e aeronáutico destinadas aos jovens estudantes de Macau”, o “Concurso de Conhecimentos Comerciais dos Estudantes do Ensino Superior de Macau”, o “Projecto de Estágio Cultural no Interior da China”, a “Excursão de Estudantes de Macau com Bom Aproveitamento Escolar” e o “Projecto de Estágio dos Jovens Talentos de Macau em Xangai”, com o objectivo de incentivar os jovens de Macau a aproveitarem da melhor forma os seus tempos de lazer para desenvolver as suas qualidades e competências como também ficarem a conhecer melhor a Pátria.
Neste ano, com vista a ajudar as instituições educacionais a aperfeiçoar as suas instalações e a melhorar o ambiente de aprendizagem e as condições de ensino, a Fundação disponibilizou cerca de 200 milhões de patacas para apoiar a construção de edifícios escolares e a melhoria das condições de ensino de 5 escolas do ensino não superior de Macau e cerca de 267 milhões de patacas para apoiar a melhoria das instalações e equipamentos escolares, a construção de campus universitários e as despesas de funcionamento de 3 instituições privadas do ensino superior de Macau.
No âmbito da promoção de estudos académicos e científicos, em 2016, a Fundação organizou e co-organizou 21 actividades académicas, incluindo palestras e seminários.
No intuito de cooperar com a política da “Governação Científica” do Governo da RAEM, foram concluídos os seguintes 3 estudos temáticos em 2016: “Estudo sobre o desenvolvimento sustentável e a diversificação adequada da economia de Macau e algumas dúvidas”, “Estudo sobre a constituição da Assembleia Legislativa de Macau” e “Estudo sobre a construção de uma imagem visual de Macau”; foram também lançadas diversas publicações, nomeadamente o “Relatório Anual sobre a Economia e Sociedade de Macau – 2015-2016)” (Livro Azul de Macau 2016), 4 livros integrados na Colecção “Estudos sobre Macau” e 1 livro integrado na “Colecção de Textos Jurídicos da RAEM”.
Além do exposto, e com o objectivo de organizar por ordem cronológica os dados culturais e históricos de Macau, criando condições para promover e desenvolver os estudos académicos sobre Macau, a Fundação continua a dar seguimento ao Projecto “Memórias de Macau” e a promover a edição da “Colectânea das Crónicas das 10 Artes e Cultura Chinesa – Tomos de Macau”, sendo este último Projecto fruto da iniciativa conjunta da Fundação e do Centro de Desenvolvimento das Artes e Culturas Étnicas e Folclóricas do Ministério Cultural da China que se iniciou em 2012. Com os esforços desenvolvidos em diversos estudos e pesquisas, realizaram-se em 2016 diversas reuniões de trabalho e debates sobre a “Colectânea de Contos Populares Chineses – Tomo de Macau” e a “Colectânea de Ópera Chinesa – Tomo de Macau” que obtiveram a devida aprovação neste ano, tendo obtidos resultados muito frutíferos.
A Fundação tem envidado todos os esforços na promoção do desenvolvimento cultural e artístico local e assim, durante o ano de 2016, deu o seu apoio à realização de 398 espectáculos e 132 exposições, sendo o valor total concedido de 29 milhões de patacas e de 12 milhões de patacas, respectivamente. Além disso, a Fundação organizou pela primeira vez, e em cooperação com a Federação dos Círculos de Literatura e Arte da China, o “Curso de Formação para Talentos Artísticos de Macau” que contou com a participação de 33 artistas locais das áreas de Pintura, Caligrafia, Escultura, Dança, Fotografia, Teatro e Música, dando-lhes a oportunidade para “sair de Macau”.
Com o objectivo de alargar o horizonte cultural e artístico dos cidadãos e enriquecer a vida cultural de Macau, a Fundação convidou diversos artistas e grupos artísticos do exterior para realizarem 10 sessões de apresentações e exposições em Macau.
Por outro lado, a Fundação continuou a executar o “Projecto de Promoção de Artistas de Macau” e a organizar “Espectáculos da Fundação Macau para os Cidadãos” de maneira a criar novas oportunidades para os artistas locais desenvolverem o seu talento e apresentarem as suas criações artísticas bem como promover a estética destas criações para poderem ser apreciadas pelos cidadãos, tornando Macau numa cidade culturalmente mais rica.
Com o objectivo de promover as criações literárias locais, em 2016, a Fundação organizou diversos concursos literários, tais como a “6.ª Edição do Concurso Global de Prosas em Língua Chinesa” sobre o tema “Macau no meu Coração”, o “Concurso de Comentários Literários para os Alunos do Ensino Secundário de Macau” e lançou o 3.º conjunto de livros integrados na “Colecção Literatura de Macau” e, ainda, a “Selecção de Obras Literárias de Macau, 2015”.
A Fundação organizou uma delegação do sector da Literatura de Macau para se deslocar a Pequim para participar no “2.º Congresso Mundial sobre a Literatura da Língua Chinesa”. Por outro lado, em conjunto com diversas instituições académicas locais e do exterior, realizou mais de 20 palestras e seminários sobre temas literários, com o objectivo de divulgar a Literatura de Macau no exterior e promover o intercâmbio entre o sector da Literatura de Macau e do exterior.
Quanto aos trabalhos previstos para o ano de 2017, a Vice-Presidente afirmou que irá dar prioridade às acções que visam melhorar o bem-estar dos cidadãos, formar novos talentos e implementar a estratégia “Uma Faixa, Uma Rota”. Quanto à formação de novos talentos através do “Programa Mil Talentos”, e sob a orientação do Gabinete do Chefe do Executivo, a Fundação vai reforçar os trabalhos dedicados aos jovens, nomeadamente na formação de novos talentos para que amem a Pátria e Macau; no que diz respeito à implementação da estratégia “Uma Faixa, Uma Rota”, a Fundação, em cooperação com o Governo da RAEM, irá criar uma Bolsa de Estudo com o nome “Uma Faixa, Uma Rota”, assim como promover estudos temáticos sobre a estratégia “Uma Faixa, Uma Rota”, incentivando as associações chinesas de Macau a aproveitarem as vantagens próprias para estabelecer e reforçar ligações e cooperações com as associações chinesas das zonas abrangidas por esta estratégia nacional.
A Vice-Presidente disse, ainda, que está ciente da preocupação social com os apoios financeiros atribuídos pela Fundação, pelo que no futuro, esta Fundação, além de continuar a manter a atitude prudente e rigorosa na tomada de cada decisão, vai reforçar a comunicação com o público e divulgar em tempo útil as concessões autorizadas, assim como os resultados obtidos. Por outro lado, a Fundação está a fazer uma revisão global à sua política de gestão interna, de modo a melhorar as formalidades administrativas e as regras aplicáveis à apreciação e autorização dos pedidos de apoio financeiro. Além disso, a Fundação continuará, como sempre, a manter uma ligação estreita com os órgãos de comunicação social de modo a auscultar as opiniões não só destes órgãos como também da população com o propósito de aperfeiçoar constantemente o seu trabalho. Por último, a Fundação pretende estabelecer ligações e cooperações mais estreitas com os diversos sectores da sociedade de maneira a desenvolver maior número de actividades que contribuam para a melhoria do bem-estar dos cidadãos, especialmente dos mais desfavorecidos.