A Conferência Anual de Imprensa da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) decorreu hoje (dia 18). Na ocasião, a DST anunciou que Macau recebeu em 2016 mais de 30 milhões de visitantes, registando um ligeiro aumento anual de 0,8 por cento. Apesar do ligeiro crescimento do número de visitantes para o ano inteiro, pela primeira vez em dez anos, no ano passado, o número de visitantes que pernoitaram na cidade foi superior ao dos visitantes que não pernoitaram, num aumento de perto de 10 por cento. Para este ano, a DST pretende concluir a elaboração do Plano Geral do Desenvolvimento da Indústria do Turismo de Macau, desenvolver e impulsionar vários trabalhos, bem como assegurar o desenvolvimento diversificado e sustentável da indústria turística, em sintonia com os objectivos para o desenvolvimento da indústria turística traçados pelo governo da RAEM no Plano Quinquenal de Desenvolvimento, e em apoio à transformação de Macau num Centro Mundial de Turismo e Lazer.
No encontro com a comunicação social, a Directora da DST, Maria Helena de Senna Fernandes, apresentou um balanço da situação da indústria turística no ano passado e elaborou sobre o plano de trabalho para este ano. Operadores turísticos e representantes da comunicação social, num total de mais de 500 pessoas participaram na ocasião, incluindo cerca de 80 jornalistas de Macau, do Interior da China, de Hong Kong e regiões vizinhas, e correspondentes para Macau e Hong Kong.
Situação da indústria turística em 2016 (dados preliminares)
Em 2016 a economia de Macau continuou em fase de ajustamento, no entanto números preliminares referentes ao ano passado mostram um aumento anual de visitantes tanto no número total, como da Grande China e internacionais, sendo que o número de visitantes internacionais marcou um crescimento na ordem dos cerca de oito por cento.
Macau registou no ano passado um ligeiro aumento de 0,8 por cento no número total de visitantes, em comparação com 2015, totalizando mais de 30,95 milhões de visitantes. Do mercado da Grande China vieram perto de 28 milhões de visitantes, num ligeiro aumento de 0,1 por cento, enquanto os visitantes internacionais aumentaram 7,9 por cento.
O Interior da China, Hong Kong e Taiwan continuam a ser os três principais mercados de visitantes para Macau. À excepção de Hong Kong, que registou uma ligeira descida, os visitantes do mercado do Interior da China e de Taiwan aumentaram. No ano passado, mais de 20 milhões de visitantes do Interior da China estiveram em Macau, numa ligeira descida de 0,2 por cento, de entre os quais, 44 por cento vieram da província de Guangdong, e 9,56 milhões visitaram Macau com visto individual, representando 46 por cento do total dos visitantes do Interior da China. O mercado de Taiwan registou um aumento de 8,8 por cento, e Hong Kong desceu 1,8 por cento.
Ao nível do mercado de visitantes internacionais, a República da Coreia permanece no topo da lista de mercados de visitantes internacionais de Macau. No ano passado, mais de 660 mil visitantes coreanos vieram a Macau, num aumento de perto de 20 por cento. Os mercados do Sudeste Asiático também registaram um bom desempenho, com a Tailândia a verificar o aumento mais forte entre os dez principais mercados de visitantes de Macau, com um crescimento de mais de 30 por cento, enquanto a Indonésia aumentou 11,7 por cento e as Filipinas 3,7 por cento. Por outro lado, o mercado do Japão registou um aumento de 6,5 por cento e os Estados Unidos da América – o único mercado de longo curso entre os dez principais mercados de visitantes de Macau – marcou um crescimento de 4,6 por cento.
Durante sete meses consecutivos visitantes que pernoitam superaram os que não pernoitam
De acordo com estatísticas preliminares, o número de visitantes que pernoitaram na cidade em 2016 atingiu mais de 15,7 milhões, num aumento de 9,8 por cento, representando 50,7 por cento do total de visitantes da cidade. No ano passado foi a primeira vez em dez anos que o número de visitantes que pernoita em Macau foi superior ao dos visitantes que não pernoitam, sendo que, desde Junho do ano passado, que há sete meses consecutivos que os visitantes que pernoitam na cidade superam os que não pernoitam. Em 2016, o período médio de permanência dos visitantes que pernoitaram na cidade manteve-se nos 2,1 dias, enquanto o tempo médio de permanência dos visitantes em geral foi de 1,2 dias (mais 0,1 dias).
Números preliminares mostram que no ano passado os estabelecimentos hoteleiros receberam aproximadamente 12 milhões de hóspedes, numa subida de 14 por cento. Devido sobretudo ao impacto da descida das despesas na indústria do jogo, entre Janeiro e Setembro do ano passado, o total das despesas dos visitantes foi de 21,6 mil milhões de dólares americanos, numa descida de 7,1 por cento em relação ao período homólogo do ano anterior.
Ao nível do sector hoteleiro, no ano passado os estabelecimentos hoteleiros tiveram uma taxa média de ocupação na ordem dos 82 a 84 por cento, numa subida entre os 1 a 3 pontos percentuais em comparação com 2015. No ano passado, os hotéis de três a cinco estrelas registaram um preço médio por quarto de 161,1 dólares americanos, numa descida de 12,7 por cento.
Macau conta, até ao final do ano passado, com 113 estabelecimentos hoteleiros, oferecendo um total de 37.634 quartos, num aumento anual de quase 14 por cento. Entre a oferta hoteleira, 47 dos estabelecimentos são de alojamento económico, providenciando 1.513 quartos. No ano passado, a DST tomou pela primeira vez a medida de encerramento provisório de um estabelecimento hoteleiro de cinco estrelas devido a graves infracções aos regulamentos.
Os balcões de Informações Turísticas sob a alçada da DST receberam no ano passado mais de 1,45 milhões de visitas para pedidos de informações, recolha de material ou apresentação de opiniões. Ao nível do combate à prestação ilegal de alojamento, no ano passado foram inspeccionadas mais de 1.082 fracções e seladas 164 fracções, tendo o Grupo de Trabalho Interdepartamental levado a cabo 415 acções conjuntas. A DST realizou ainda outros trabalhos de inspecção, incluindo mais de 2.300 a actividades e estabelecimentos, e acima de 1.400 a postos fronteiriços e pontos de interesse turístico.
Aumento e melhoria de serviços
A DST lançou no ano passado a plataforma de informações noticiosas online Macao Tourism News plus - versão beta, a qual providencia actualmente mais de 10.000 registos, incluindo 4.000 fotografias, para permitir à comunicação social um acesso facilitado a materiais informativos da DST e seus representantes no exterior. As funções da Macao Tourism Data plus foram também melhoradas pela DST, tendo sido introduzidos novos indicadores estatísticos relativos ao sector hoteleiro, serviço de subscrição, manual de usuário, entre outras, para reforçar a difusão de estatísticas de turismo. A DST lançou ainda um serviço para apresentação de queixas online relacionadas com excursões turísticas (Group Tour Online Complaint System).
O Programa de Avaliação de Serviços Turísticos de Qualidade foi alargado no ano passado a agências de viagem, atraindo a participação de 31 agências. Ao longo do ano, mais de 1.200 pessoas participaram em acções de formação e workshops apoiados ou organizados pela DST para a indústria turística. No ano passado, 11 novos funcionários entraram em funções na Direcção de Serviços de Turismo, com o número de trabalhadores da DST actualmente nos 406.
Quatro grandes áreas de trabalho a impulsionar em 2017
1. Desenvolver produtos turísticos diversificados, avaliar a eficácia de novas iniciativas: Concluir a elaboração do Plano Geral do Desenvolvimento da Indústria do Turismo de Macau, cujo conteúdo abarca produtos turísticos, mercados de promoção, capacidade de acolhimento, entre outros temas, e de acordo com os objectivos gerais traçados pelo plano, delinear medidas estratégicas; exploração da possibilidade do desenvolvimento da Vila da Nossa Senhora, na Povoação de Ká Hó, como atracção turística cultural; impulsionar o projecto de remodelação do Centro de Actividades Turísticas num museu temático do Grande Prémio; lançar os trabalhos preparativos para a deslocação do Museu do Vinho para Coloane; apoiar operadores turísticos no lançamento de cruzeiros turísticos de lazer entre a Península de Macau, Taipa e Coloane; impulsionar Macau como cidade de eventos e festividades, continuar a organizar e apoiar a realização de diversos eventos e festividades.
2. Elevar a qualidade dos serviços, optimizar os mecanismos de incentivos à indústria: coordenar com entidades de formação locais e do exterior a realização de acções de formação para a indústria, continuar a desenvolver a plataforma de aprendizagem online, apoiar a formação contínua dos profissionais do sector; continuar a levar a cabo o Programa de Avaliação de Serviços Turísticos de Qualidade, optimizar o actual mecanismo de avaliação e premiação do programa; realização de inspecções regulares aos pontos de atracção turística, postos fronteiriços e entidades licenciadas pela DST, providenciar assistência atempada a grupos turísticos e coordenar com celeridade a conciliação em disputas turísticas; promover um turismo de qualidade e sensibilizar para a racionalidade no consumo; melhorar a legislação da área o turismo; prosseguir com o combate à prestação ilegal de alojamento.
3. Criação de sinergias, reforço da penetração promocional: Continuar a cooperar com departamentos relacionados na criação de sinergias, participar e promover o desenvolvimento de espaços turísticos de lazer emblemáticos como o “Anim’Arte Nam Van”; prosseguir com o fomento do turismo inteligente, usar páginas electrónicas populares, aplicações para telemóveis, redes sociais, motores de busca, entre outros, para promover o turismo de Macau, cooperar com plataformas de turismo online e bloggers proeminentes para ampliar a penetração dos esforços de promoção online do turismo de Macau; actualizar o vídeo promocional “Sentir Macau Ao Seu Estilo” e produzir um novo vídeo da mesma série com o subtema de “Festividades”; impulsionar a diversificação dos mercados de visitantes internacionais, reforçar a penetração da promoção na Malásia, Indonésia, entre outros mercados, explorar mercados diversificados de visitantes, atrair mais visitantes de qualidade a visitar e prolongar o tempo de estadia em Macau; prosseguir com a construção da Macao Tourism News plus, pretendendo-se criar progressivamente uma plataforma intersectorial que disponibilize informações de turismo à comunicação social providenciadas por diferentes difusores de notícias, planeando-se convidar os operadores turísticos de Macau a fazerem o upload dos seus materiais.
4. Reforçar mecanismos de cooperação multilateral, participação activa em organizações internacionais: Atrair a realização em Macau de grandes conferências e exposições de turismo internacionais (Macau acolhe a PATA Travel Mart 2017 de 13 a 15 de Setembro); candidatura para entrar na Rede das Cidades Criativas da UNESCO na área da Gastronomia, organização do Fórum Internacional de Gastronomia para impulsionar o desenvolvimento sustentável do sector da cultura gastronómica; coordenar e impulsionar a cooperação a vários níveis na área do turismo com os países de língua portuguesa.
Participar nos trabalhos da Comissão Conjunta de Trabalhos para Impulsionar a Construção de Macau num Centro Mundial de Turismo e Lazer; reforçar a cooperação com a Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas, Hong Kong-Macau, Guangdong-Hong Kong-Macau, Guangdong-Macau e Fujian-Macau, aproveitar a oportunidade trazida pela Iniciativa de “Uma Faixa, Uma Rota” para promover itinerários multi-destinos, e acompanhar os trabalhos de implementação do Acordo-Quadro de Cooperação Guangdong-Macau na área do turismo; cooperar com parceiros turísticos regionais na exploração da criação de roteiros diversificados, cooperar com parceiros do Interior da China e estrangeiros na organização de actividades e ampliação da área de cooperação ao nível do turismo multi-destinos; em conjunto com os membros da Aliança de Promoção Turística da Rota da Seda Marítima da China desenvolver com dinamismo novos produtos turísticos e reforçar a promoção turística, entre outros.