Os Serviços de Saúde afirmam que no comunicado da terça-feira (7 de Julho) houve um lapso na digitação numérica do valor económico resultante da perda económica. Onde se escreveu “revê-se que anualmente em Macau a perda económica resultante do tabagismo seja cerca de 474 milhões patacas” devia ter-se escrito “4.741 milhões patacas”. De facto, fumar causa perdas económicas que incluem a perda de vidas, perda de produtividade, perdas resultantes do aumento das despesas médicas e dos custos de cuidados a longo prazo, entre outras. De acordo com as informações de 2013, a perda económica resultante do tabagismo activo foi de 4.741 milhões patacas, valor calculado tendo por base o numero de perdas de vidas e no aumento das despesas médicas. Por outro lado, com base na 5% da taxa de inflação anual, até ao ano de 2020, é previsto de forma conservadora, já que as perdas económicas provocadas pelas perdas de vida e do aumento das despesas médicas atingirão 6.700 milhões patacas, ainda não sendo calculados com precisão os vários impactos causados às famílias e à sociedade. Assim se pode verificar que estas perdas serão significativamente maiores do que os impostos provenientes da indústria do tabaco.

Os Serviços de Saúde salientam que concordam com a Organização Mundial de Saúde que aconselha um aumento dos impostos sobre o tabaco, por ser um dos métodos eficazes para diminuir os números de fumadores e das doenças provocadas pelo tabagismo, bem como promover uma vida saudável. Através da promoção de hábitos de vida saudável, há um custo-benefício que pode ajudar a manter a receita do Governo da RAEM, constituindo uma medida que consegue mais uma vitória no controlo do tabagismo. Por isso, os Serviços de Saúde estão convictos de que a medida terá resultados efectivos no controlo do tabagismo em Macau, quer sejam eles na saúde publica, quer sejam nas finanças. Na verdade, o tabaco não é uma necessidade de vida e de acordo com a “Convenção-Quadro para o Controlo do Tabaco", o aumento do preço de tabaco e o aumento de impostos que incidem sobre o tabaco podem reduzir, realmente, a procura do tabaco, especialmente, nos jovens. Ou seja esta medida é eficaz e importante. A Organização Mundial de Saúde já tinha divulgado num relatório sobre o aumento de impostos do tabaco que o aumento 10% de preço de tabaco pode resultar numa diminuição entre 4% e 5% no consumo do tabaco; por sua vez, o “Relatório sobre a epidemia global do tabaco em 2015” que foi ontem (7 de Julho) divulgado, sugere que haja um aumento significativo dos impostos sobre o tabaco, ou seja, um valor proposto de 70% de aumento de imposto, na venda a retalho pode significar um aumento de superior a 75%.

Os Serviços de Saúde frisam que com vista a reduzir efectivamente o número dos fumadores, especialmente a procura de tabaco junto dos jovens, para minimizar as doenças pelo tabagismo e para promover a vida saudável da população, os Serviços de Saúde indicaram claramente no relatório de acompanhamento e avaliação do Regime de prevenção e controlo do tabagismo (2012-2014) a recomendação de aumento dos impostos sobre o tabaco, medida agora defendida pela OMS. Assim, os Serviços de Saúde estão convencidos que caso seja implementada a recomendação efectuada, na nova proposta de Lei, para aumento dos impostos sobre o tabaco, não só pode ser cumprido o objectivo de reduzir o número de fumadores jovens, previsto na “Convenção-Quadro para o Controlo do Tabaco”, como também pode ser melhorada a imagem de Macau como cidade saudável, ou seja, concretizando “Uma Nova Era de Macau sem Fumo”, objectivo da política em vigor contra o tabagismo.