De forma a apoiar novos empreendedores e Pequenas e Médias Empresas (PMEs), a Exposição de Franquia de Macau 2014 (2014MFE, na sigla inglesa) volta a disponibilizar vários serviços de consultoria, para ajudar os participantes a melhor compreender o funcionamento do regime de franquia.
Na corrente edição, a organização volta a disponibilizar o Serviço de Consultoria sobre o Regime de Franquia, bem como o Serviço de Consultoria para Re-Embalagem de Marcas. Através destas iniciativas, os novos empreendedores e PMEs podem aconselhar-se com especialistas na área do marketing e do posicionamento de marcas, de forma a conhecer as últimas tendências no que toca ao regime de franquia nos mercados da China Continental, Taiwan e Sudeste Asiático.
Para estes dois serviços de consultoria, a organização convidou especialistas da China Continental, Singapura e Taiwan, para partilhar as suas experiências e opiniões sobre o desenvolvimento de negócios através dos regimes de franquia e de cadeia de lojas. No total, os dois serviços prestaram apoio a 34 participantes hoje (5 de Julho).
Uma das especialistas convidadas, Cynthia Lee, designer de embalagens de luxo de Taiwan, explicou que a forma como se apresenta um produto é muito importante para o sucesso da marca. Em primeiro lugar, salientou, uma embalagem deve cumprir o seu papel primordial – protecção dos produtos durante o transporte. A qualidade da embalagem é um factor essencial, disse Cynthia Lee, enfatizando que até diferenças de temperatura ou clima podem afectar um produto.
Porém, a aparência da embalagem não pode ser negligenciada, frisou a especialista, explicando que devem ser tidas em conta as características do produto e do mercado alvo. Alguns consumidores podem demonstrar alguma desconfiança se produtos de medicina tradicional chinesa forem embalados de forma ocidental, exemplificou Cynthia Lee. O mesmo se aplica em sentido contrário: isto é, os consumidores podem ter dúvidas se certos tipos de produtos, como chocolates, forem embalados de forma tradicional chinesa, frisou.
Quanto aos custos inerentes ao processo de embalagem, Cynthia Lee referiu que não é estritamente necessário que as embalagens sejam luxuosas. O mais importante, realçou, é manter a integridade do valor do produto – por exemplo, caso se trate de um produto de consumo massificado, uma embalagem excessivamente luxuosa terá um efeito contraproducente.
Por outro lado, alguns consumidores demonstram especial preocupação quanto à embalagem de produtos tipicamente utilizados como presentes. Nalguns casos, referiu a especialista, as embalagens necessitam de ser especialmente sumptuosas visto que os produtos se destinam a ser oferecidos a indivíduos importantes ou em cargos de relevo. Porém, se os produtos se destinarem a ser oferecidos a amigos ou familiares, é inapropriado utilizar uma embalagem demasiado luxuosa, acrescentou. Deste modo, é essencial definir o destinatário ou público-alvo do produto no início do processo de criação da embalagem, de forma a evitar problemas ou impactos negativos nas vendas, concluiu Cynthia Lee.
Num outro âmbito, Albert Kong, membro da Direcção da Associação de Franquia e Licenciamento de Singapura, salientou que mercados mais desenvolvidos oferecem um maior número de oportunidades aos empresários para escolher quais os modelos de licenciamento que preferem utilizar e com que franqueadores querem trabalhar.
O especialista recomendou novos empreendedores a realizar sempre um estudo detalhado do mercado antes de optar por uma determinada marca, visto que, em última instância, são os franqueadores que determinam o ritmo de expansão da marca. Neste contexto, alguns franqueadores, com maior dimensão e uma operação mais estável, poderão ter maior capacidade para providenciar apoio aos franqueados, nomeadamente apoio jurídico, formação e acesso a financiamento.
Por outro lado, disse Albert Kong, as empresas franqueadoras não devem negligenciar as operações dos seus franqueados após o pagamento da comissão, visto que a qualidade dos serviços prestados pelos franqueados irá reflectir-se na imagem da marca. Deste modo, os franqueadores devem basear a expansão das suas operações e receitas no desenvolvimento dos seus franqueados e não apenas na mera cobrança de comissão de franquia, sugeriu o especialista.
As diversas iniciativas integradas na MFE são úteis porque colocam em contacto empresas e potenciais franqueados, mas os novos empreendedores devem ter em consideração vários factores de forma a encontrarem a solução mais apropriada ao seu caso, salientou Albert Kong. Em primeiro lugar, referiu, os empresários devem considerar se têm interesse nos serviços ou produtos oferecidos pelo franqueadores, bem como avaliar as respectivas estratégias de desenvolvimento no mercado. Entre os principais aspectos a ter em consideração estão questões jurídicas no mercado-alvo, a capacidade financeira e a relação entre o franqueado e o franqueador. Tudo isto irá afectar o desenvolvimento das operações do franqueado, afirmou o especialista.
Os regimes de franquia e cadeia de lojas são uma das formas apropriadas para expandir um negócio, reconheceu Albert Kong, salientando que o mais importante é ganhar o reconhecimento dos produtos, ter capacidade de enfrentar a concorrência e criar uma boa equipa de gestão. Deste modo, acrescentou, é essencial definir logo na fase inicial a estratégia de desenvolvimento do negócio, de forma a obter sucesso.
Chien Chieh Shin, director executivo da EUNICE SPA e da Associação de Desenvolvimento Profissional de Jovens de Taiwan, referiu que o regime de franquia é uma das melhores formas para expandir um negócio de forma rápida. Porém, também ele salientou a importância de definir à partida qual a direcção para o desenvolvimento do negócio e a imagem que se lhe pretende associar.
Neste contexto, deve também ser estudado se o franqueado pode adaptar os produtos do franqueador ao mercado local, uma vez que nem todos os produtos funcionam da mesma forma em mercados com características diferentes. Manter padrões muito rígidos, quando se procura expandir o negócio para outros mercados através do regime de franquia, pode não funcionar como inicialmente previsto, disse Chien Chieh Shin.
O especialista alertou que ao escolher empresas franqueadoras, os novos empreendedores devem ter em conta o futuro desenvolvimento do produto, as suas características e potenciais custos. De forma a evitar problemas quando se entra num novo mercado, Chien Chieh Shin aconselhou os franqueadores a procurarem o parceiro local mais adequado para representar as suas marcas, de forma a resolver qualquer questão jurídica que possa eventualmente complicar o processo.