O Comissariado contra a Corrupção (CCAC) procedeu hoje (dia 29), pelas 9 horas, a uma operação-surpresa conjunta, com o pessoal da Direcção dos Serviços de Economia (DSE), num posto de abastecimento ilegal de gasolina, sito na Rua da Évora, da ilha da Taipa, supostamente explorado por um funcionário público que, para o efeito, abandonou, durante cerca de dois anos o seu posto de trabalho durante as horas de expediente. Após a operação, 7 indivíduos do sexo masculino e 1 indivíduo do sexo feminino foram convidados a deslocarem-se às instalações do CCAC, a fim de prestarem declarações.
No local onde funciona o referido posto ilegal, foram encontrados 26 tambores de gasolina, de 30 litros cada. Durante a operação, apareceram 3~4 automóveis com chapas de matricula de Macau e de Cantão. Suspeita-se que estas viaturas foram preparadas para fazer a descarga da gasolina, para ser vendida porteriormente. Conforme se apurou no local, os equipamentos são rudimentares para o armazenamento da gasolina. Existe apenas uma simples bomba eléctrica e um deficiente sistema contra incêndios e a proximidade desse posto com as habitações ali situadas, torna-a perigosa para os seus residentes.
No ano passado, o CCAC recebera já informações sobre a existência de um posto de abastecimento de gasolina, supostamente ilegal, num terreno para construção no referido local. Apesar de ter sido alvo de investigação das entidades competentes, este posto continuou em funcionamento, pelo que, o CCAC iniciou o processo de investigação do mesmo.
Conforme os elementos obtidos durante a investigação, o referido posto começou a ser explorado em 1999 e gerido por um funcionário de apelido LAU do actual Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e apoiado por uma sua amiga. O funcionário em causa permanecia todos os dias no posto, só na hora de entrada e saída do seu serviço é que se deslocava ao IACM para assinalar a sua presença e por várias vezes pediu a colegas para lhe ajudar a ¡§picar o ponto¡¨. O referido funcionário é suspeito também, na formação de uma equipa de transporte ilegal de gasolina composta por 6~7 viaturas, que se deslocam dezenas de vezes entre Macau e Zhuhai todos os dias, transportando gasolina barata de Zhuhai para o referido posto, para ser vendida posteriormente. Quanto aos condutores dessas viaturas de transporte ilegal de combustíveis recebiam uma percentagem sobre as vantagens obtidas. Dado se tratar de um grande negócio, apesar deste posto ter sido multado (multas bem avultadas), várias vezes continuou a funcionar até à presente data.
Calcula-se que a venda ilegal de gasolina, era de 3000 a 5000 litros por dia, com 2,3 patacas de lucro/litro, pelo que, este posto podia ganhar diariamente entre 7000 e 12000 patacas.
No decurso da investigação, o suspeito confessou a exploração do posto de abastecimento ilegal de gasolina e, ainda, o facto de ter abandonado o seu posto de trabalho durante as horas de expediente. Entretanto, outro indivíduo envolvido confessou ter ajudado, durante longo período, a picar o ponto, falsificando o registo de presença. A exploração ilegal do referido posto de abastecimento, está a ser devidamente tratado pelas autoridades competentes (DSE).