Os Serviços de Saúde foram notificados, no dia 3, pelo Hospital Kiang Wu de um (1) caso de tosse convulsa, sendo este o primeiro caso de tosse convulsa registado em Macau, no corrente ano.
O caso corresponde a um bebé de sete (7) meses de idade, do sexo feminino, residente de Macau. Desde o dia 22 de Dezembro começou a apresentar sintomas de tosse, maioritariamente no período nocturno, sem febre nem corrimento nasal, tendo recorrido ao Hospital Kiang Wu nos dias 26 e 28 de Dezembro. Contudo, os sintomas não melhoraram significativamente. No dia 1 de Janeiro de 2024, a tosse agravou-se e a doente começou a manifestar estridor, tendo recorrido novamente ao Hospital Kiang Wu, e sido internada para tratamento médico. Após a realização do teste laboratorial, a sua amostra do tracto respiratório evidenciou reacção positiva à bactéria Bordetella pertussis, e foi-lhe diagnosticada tosse convulsa. A doente encontra-se hospitalizada e o seu estado clínico é considerado estável.
A doente nasceu em Macau e recebeu três (3) doses da vacina DTPa (difteria, tétano e tosse convulsa), estando sempre ao cuidado dos seus familiares em casa, não tendo frequentado nenhuma creche, nem histórico de viagem. O pai que coabita com ela manifestou sintomas de tosse, e até ao momento, nenhum outro membro da família com quem coabita se sentiu indisposto. Os Serviços de Saúde irão proceder à medicação preventiva para os familiares, rastreando a situação de saúde das pessoas que tiveram contacto com a doente durante o período de transmissão.
A tosse convulsa é causada pela bactéria Bordetella pertussis, sendo transmitida directamente por via de gotículas de saliva expelidas por tosse, conversa em voz alta e espirros de doentes infectados. Devido à fraca resistência ambiental da bactéria Bordetella pertussis, geralmente, não pode ser transmitida por via indirecta.
Após a infecção, o doente apresenta sintomas tais como tosse espasmódica, sibilação e tosse que pode provocar vómito. Caso a pessoa infectada não seja submetida a tratamento adequado, a doença pode prolongar-se até três (3) meses, havendo o risco de causar outras complicações como pneumonia ou encefalopatia e até a morte. Actualmente, já existem antibióticos eficazes para o tratamento da tosse convulsa, mas os mesmos só são eficazes na fase inicial da doença.
A vacinação é a medida preventiva mais eficaz contra a tosse convulsa. O Programa de Vacinação de Macau, que está de acordo com as instruções promovidas pela Organização Mundial de Saúde, estipula a obrigatoriedade de vacinação contra a tosse convulsa das crianças com 2, 4, 6, 18 meses e 5 anos de idade. Após esta obrigatoriedade, os casos de tosse convulsa tornaram-se raros. Nos últimos 10 anos, a taxa de incidência de tosse convulsa tem tido uma tendência de crescimento por todo o mundo, sendo uma das razões possíveis que pela diminuição de infecção espontânea, o anticorpo das grávidas e de outros adultos esteja a reduzir gradualmente.
Os Serviços de Saúde lembram os residentes para o seguinte:
- Habitualmente são administradas aos bebés pelo menos três (3) doses da vacina contra a tosse convulsa para que tenham uma imunidade, mais confiável, contra esta doença, devendo ainda continuar a sujeitar-se à vacinação periódica para manterem a imunidade adquirida;
- Os pais devem vacinar atempadamente os seus filhos com as vacinas recomendadas pelos Serviços de Saúde;
- Evitar que as crianças, em particular, aquelas com idade inferior a 12 meses, que ainda não concluíram o esquema vacinal primário, tenham contacto com doentes infectados;
- Evitar deslocar-se a locais com grande aglomeração de pessoas ou locais onde a situação epidemiológica de doenças transmissíveis seja diferente da de Macau;
- As famílias, creches e escolas devem prestar atenção à higiene pessoal e ambiental;
- Os profissionais de saúde devem prestar atenção, especialmente, às crianças com tosse persistente superior a duas (2) semanas e, quando detectarem qualquer caso suspeito, devem notificar os Serviços de Saúde atempadamente para que sejam tomadas medidas adequadas;
- Em caso de dúvidas, podem ligar para a linha das doenças transmissíveis dos Serviços de Saúde n.º 2870 0800.