Os Serviços de Saúde foram notificados, segunda-feira (dia 18), de um caso de tosse convulsa, sendo este o primeiro caso de tosse convulsa registado em Macau, no corrente ano.
O caso foi diagnosticado num bebé de 11 meses de idade, do sexo masculino, residente de Macau. Desde o dia 12 de Setembro começou a apresentar sintomas de febre e tosse, tendo recorrido ao Hospital Kiang Wu. No dia 15 de Setembro, devido à persistência dos sintomas e ao aparecimento de erupções cutâneas, recorreu novamente ao Serviço de Urgência do Hospital Kiang Wu, tendo sido internado para tratamento médico. Após a análise laboratorial das amostras do tracto respiratório, confirmou-se a reacção positiva ao cocobacilo Bordetella pertussis e foi-lhe diagnosticado tosse convulsa. Após tratamento, o doente melhorou e teve alta no dia 18.
O doente nasceu em Macau e recebeu 3 doses da vacina DTaP (difteria, tétano e tosse convulsa). O doente tem sido tratado pelos seus familiares em casa, não tem frequentado nenhuma creche, não tem histórico de viagem, e a avó que mora com ele manifestou sintomas como tosse. Até ao momento, nenhum outro membro da família com quem coabita se sentiu indisposto. Os Serviços de Saúde irão proceder à medicação preventiva dos familiares, rastreando a situação de saúde das pessoas que contactaram com o doente durante o período de transmissão.
A tosse convulsa é causada pelo cocobacilo Bordetella pertussis, sendo transmitida por via de gotículas de saliva expelidas por tosse, conversa em voz alta e espirros de doentes infectados. Devido à fraca resistência ambiental do cocobacilo Bordetella pertussis, geralmente, não pode ser transmitido por via indirecta. Após a infecção, o doente apresenta sintomas tais como tosse espasmódica, sibilação e vómito. Caso a pessoa infectada não seja submetida a tratamento adequado, a doença pode prolongar-se até três meses, havendo o risco de causar outras complicações como pneumonia ou encefalopatia e até a morte. Actualmente, já existem antibióticos eficazes para o tratamento da Tosse convulsa, mas os mesmos só surtem efeitos na fase inicial da doença. Os bebés são mais propensos a contrair tosse convulsa, enquanto os casos nos adolescentes e nos adultos são menos graves.
A vacinação é a medida preventiva mais eficaz para a tosse convulsa. O Programa de Vacinação da RAEM, que está de acordo com as instruções promovidas pela Organização Mundial de Saúde, estipula a obrigatoriedade de vacinação contra a tosse convulsa das crianças com 2, 4, 6, 18 meses e 5 anos de idade. Após esta obrigatoriedade, os casos de tosse convulsa tornaram-se raros, havendo apenas registo, nos últimos 30 anos, de apenas oito casos. Nos últimos 10 anos, a incidência de tosse convulsa tem tido uma tendência de crescimento por todo o mundo, sendo uma das razões possíveis que sob situação de diminuição de infecção espontânea, o anticorpo de grávidas e outros adultos esteja a reduzir gradualmente.
Habitualmente são administradas aos bebés pelo menos três doses da vacina anti- tosse convulsa para que tenham uma imunidade, mais confiável, contra esta doença, devendo ainda continuar a sujeitar-se à vacinação periódica para manterem a imunidade adquirida.
Os Serviços de Saúde lembram dos cidadãos para o seguinte:
- Habitualmente são administradas aos bebés pelo menos três doses da vacina anti- tosse convulsa para que tenham uma imunidade, mais confiável, contra esta doença, devendo ainda continuar a sujeitar-se à vacinação periódica para manterem a imunidade adquirida;
- Os pais devem submeter os seus filhos às vacinações recomendadas pelos Serviços de Saúde;
- Devem evitar que as crianças, em particular, aquelas que tenham menos de 12 meses e que ainda não concluíram o processo inicial de vacinação, contactam as pessoas infectadas;
- Devem evitar deslocar-se aos locais com grande aglomeração de pessoas ou onde existam situações epidemiológicas reportadas relativas a doenças transmissíveis e que a situação seja diferente de Macau;
- As famílias, as creches e as escolas devem prestar atenção à higiene pessoal e ambiental;
- Os profissionais de saúde devem prestar atenção, especialmente, às crianças com tosse persistente superior a duas semanas e, quando detectarem qualquer caso suspeito, devem notificar os Serviços de Saúde atempadamente para que sejam tomadas medidas adequadas.
- Em caso de dúvidas, podem ligar para a linha das doenças transmissíveis dos Serviços de Saúde n.º 2870 0800.