Os Serviços de Saúde foram notificados, quarta-feira (5 de Julho), para a detecção de dois (2) casos de infecção colectiva por enterovirus.
O 1.º caso foi detectado na Turma A da Creche S. João da Obra das Mães (Campus da UM), localizada na Avenida da Universidade, Taipa, tendo sido infectadas três (3) crianças do sexo feminino, com idades compreendidas entre os seis (6) meses e os um (1) ano.
O 2.º caso foi detectado na Turma Pequena A da Creche “O Golfinho” da Associação Geral das Mulheres de Macau, localizada na Avenida dos Jardins do Oceano, tendo sido infectadas sete (7) crianças, quatro (4) do sexo masculino e três (3) do sexo feminino, com idades compreendidas entre os um (1) e os dois (2) anos.
Desde o dia 30 de Junho, os doentes começaram a manifestar sintomas de infecção de enterovírus, os quais foram submetidos a tratamento nas instituições de saúde, sendo o estado clínico deles considerado ligeiro. Não há qualquer caso com sintomas anormais do sistema nervoso ou de outras complicações graves.
Os estabelecimentos em causa já aplicaram medidas de controlo, como o reforço na desinfecção, limpeza e manutenção da ventilação de ar no interior das instalações, assim como o cumprimento rigoroso da norma do isolamento dos doentes e trabalhadores.
A infecção por enterovírus pode ser causada pelo grupo de Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovirus 71. A infecção pelo enterovírus aparece durante o ano inteiro, a nível mundial, mas é no verão que tem maior incidência. Este vírus é tambem a fonte de várias doenças, incluindo as menos graves e frequentes, tais como doença de mãos-pés-boca e herpangina e, outras mais graves, nomeadamente, miocardite e meningite asséptica.
Em princípio, a doença de mãos-pés-boca afecta as crianças com idade inferior a cinco (5) anos. O período de incubação varia de três (3) a sete (7) dias, e é transmitida por meio de contacto directo com as fezes dos infectados, pelas gotículas de saliva ou pelo contacto com materiais contaminados. Devido ao contacto próximo das crianças nas creches e jardins-de-infância, especialmente, nas actividades de jogos, é fácil ocorrer um surto de doença de mãos-pés-boca, porque o enterovírus possuiu um elevado grau de contágio. No período inicial aparecem sintomas, tais como, febre, dor de garganta, vesículas pequenas ou pústulas vermelhas nas mãos, pés e nádegas, não se manifestando dores nem comichão, e surgem herpes na boca, causando posteriormente úlceras. No período de sete (7) a dez (10) dias, as vesículas e as pústulas vão desaparecendo gradualmente, e o doente fica curado. A transmissão dos enterovírus principia alguns dias antes dos primeiros sintomas surgirem, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, durante algumas semanas, as fezes do doente contêm estes vírus.
Os Serviços de Saúde estão a prestar atenção ao desenvolvimento da epidemia deste enterovírus e salientam que a maioria dos doentes infectados por enterovírus pode recuperar por si mesmo. Contudo, uma parte muito reduzida dos infectados pode sofrer de complicações fatais. Assim, os Serviços de Saúde têm apelado aos pais, alunos, bem como ao pessoal das escolas, creches e lares para adoptarem as seguintes medidas preventivas:
Medidas pessoais:
● Lavar as mãos: Antes de contactar os olhos, o nariz e a boca com as mãos, antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, depois de manusear fraldas de crianças ou outros objectos sujos;
● Cortesia: Cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel quando espirrar ou tossir, e depois limpar imediatamente as mãos; quando não tiver lenço, usar a manga da camisola ou cotovelo em vez das palmas das mãos;
● Diminuir os contactos: Evitar os lugares públicos densamente frequentados, as multidões e os lugares pouco ventilados;
● Aumentar a resistência: Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto e descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar para aumentar a imunidade;
● Recorrer de imediato ao médico: Em caso de aparecimento de sintomas de febre e doença de mãos-pés-boca ou herpangina, recorrer imediatamente a consulta médica, especialmente com ocorrência de sintomas graves.
Medidas a aplicar pelos estabelecimentos de ensino ou lares:
● Higiene ambiental: Manter uma renovação de ar suficiente em recintos fechados, utilizando frequentemente a lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar os locais com os quais as crianças frequentemente têm contacto, tais como, as mesas, as cadeiras, os brinquedos e as paredes até à altura de 1 metro etc.;
● Os doentes devem suspender a ida às aulas e a frequência de creches: Prestar atenção à situação dos elementos do pessoal e das crianças, quando aparecerem com sintomas de febre e doença de mãos-pés-boca ou herpangina, devem suspender a ida às aulas ou ao trabalho;
● Notificação oportuna: Em caso de aparecer uma infecção colectiva com uma situação anormal entre as crianças ou os elementos de pessoal, devem informar, imediatamente, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (Tel.: 2853 3525, fax: 2853 3524) e o Instituto de Acção Social ou a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude.