O Médico-Adjunto da Direcção do CHCSJ, Dr. Lo Iek Long, anunciou, domingo, 15 de Março, na conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus que desde 5 de Fevereiro não foram registados mais casos de infecção pelo novo Tipo de Coronavírus (COVID-19) tendo já decorrido 40 dias consecutivos. Macau mantém 10 casos confirmados, tendo já todos tido alta. Actualmente, não há doentes internados na enfermaria de isolamento do CHSCJ, foram registados 2.260 casos suspeitos em Macau, dos quais, 2.228 foram afastados e 22 casos aguardam resultado, tendo sido acompanhados clinicamente 85 casos de contacto próximo, dos quais, 74 concluíram o isolamento preventivo.
Actualmente, 81 pessoas estão em isolamento no Centro Clínico de Saúde Pública, no Alto de Coloane, dos quais os 57 residentes de Macau retirados de Hubei não manifestaram febre nem quaisquer sintomas do trato respiratório, duas (2) pessoas que estão em período de convalescença, em estado estável; onze (11) pessoas que regressaram a Macau nos últimos dias, foram consideradas de alto risco de infecção, e foram isoladas. Os resultados do 1.º teste foram negativos e serão submetidas ao 2.º teste após 48 horas. Outras onze (11) pessoas com historial de viagem ao exterior foram classificadas como casos de contacto próximo.
Nas últimas 24 horas, na Urgência Especial do CHCSJ foram registados 22 casos suspeitos que foram submetidos a exames, 12 dos quais já foram afastados, e dez (10) casos aguardam resultados. Vinte e três (23) casos analisados no Hospital Kiang Wu foram submetidos a análise laboratorial, todos foram afastados. Foram avaliados 17 casos com febre, considerados de baixo risco ou com sintomas de tracto respiratório superior, nos Serviços de Urgência do CHCSJ e do Hospital Kiang Wu, que necessitaram de ser enviados para analise laboratorial. Nas últimas 24 horas, foram analisadas pelo Laboratório de Saúde Pública 157 amostras.
O Médico-Adjunto da Direcção do CHCSJ, Dr. Lo Iek Long explicou que a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e a Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS) que são também provocadas pelo coronavírus, causam epidemias de diferentes níveis de gravidade. O mesmo responsável referiu que a maioria dos pacientes com SARS e MERS apresentaram sintomas óbvios em fase inicial e a proporção de casos com pneumonia grave era muito elevados e isso potenciou o diagnostico atempado e hospitalização para tratamento. Portanto, embora os riscos de surto hospitalares serem elevados a possibilidade de haver surto comunitário, causando uma pandemia global era muito baixo.
Neste caso de infecção por novo tipo de coronavírus (Covid-19) há indivíduos que não apresentam sintomas ou manifestam sintomas ligeiros, sendo difícil a sua detecção precoce, o risco de propagação é elevado. Neste sentido, para conter a epidemia com sucesso, o âmbito da detecção deve ser ampliado. Actualmente na RAEM qualquer individuo que manifeste sintomas relacionados com problemas do tracto respiratório ou febre, mesmo que seja um indivíduo de baixo risco, o hospital irá efectuar análises para verificar se existem pacientes potenciais com apenas sintomas ligeiros na comunidade, a fim de evitar a propagação comunitária. Actualmente, o novo coronavírus transmite‑se de forma ampla devido à divergência das estratégias de prevenção e controlo ou das condições de recursos em diferentes países ou regiões.
O Dr. Lo Iek Long referiu ainda que dado à alta taxa de gravidade e de mortalidade das doenças transmissíveis como SARS e MERS, se forem tomadas as medidas adequadas de saúde pública, por exemplo, os doentes devem ser isolados para tratamento após o início da doença, a taxa de transmissão é menor e, portanto, se forem tomados estes tipos de medidas não haverá progressão da pandemia. O Médico-Adjunto da Direcção do CHCSJ frisou que a luta contra as epidemias é uma responsabilidade comum de toda a população de Macau, devendo os residentes cumprir rigorosamente as medidas de prevenção de epidemias. A ocultação de sintomas ou o incumprimento das normas preventivas pode ser punida com pena de prisão até 2 anos.
A Coordenadora do Centro de Controlo de Doenças de Macau, Dr.ª Leong Iek Hou, relatou que nas últimas 24 horas, houve mais 80 indivíduos que entraram em Macau provenientes ou de passagem em locais de alta incidência nos últimos 14 dias anteriores à entrada em Macau, e que devem ser sujeitos à observação médica durante um período de 14 dias. Entre os estudantes que regressaram do exterior para Macau, sessenta (60) estudantes regressaram de Portugal, um (1) regressou da Canadá, um (1) regressou da Inglaterra. Entre os indivíduos provenientes do Japão para Macau, um (1) é trabalhador não residente de nacionalidade japonesa, um (1) trabalhador não residente de nacionalidade australiana, e 14 são residentes de Macau; um (1) residente de Macau regressou de França e um (1) residente de Macau regressou da Alemanha. Desde a implementação desta medida até a manhã do dia 15 de Março, 188 pessoas necessitam de ser submetidas à observação médica, entre essas, 168 são residentes de Macau, quatro (4) pessoas de nacionalidade coreana, quatro (4) de nacionalidade italiana, um (1) trabalhador não residente de nacionalidade filipina, um (1) trabalhador não residente de nacionalidade autraliana, três (3) são turistas ou trabalhador não residente de nacionalidade japonesa, um (1) turista polaco, quatro (4) turistas do Interior da China, um (1) turista de Hong Kong e um (1) turista canadiano.
112 pessoas optaram por se submeter a observação médica no domicílio e 27 em hotel designado. Além disso, ontem à noite, quatro estudantes que regressaram de Portugal a Macau e um residente de Macau que regressou do Japão foram enviados para a Urgência Especial do Centro Hospitalar Conde de São Januário para tratamento devido à apresentação de sintomas.
O Dr. Lo Iek Long coordenadora do Centro de Controlo de Doenças mencionou que, como os estudantes viveram em países e regiões com epidemia severa e quando regressam a Macau do exterior há maior risco de infecção. Após regresso a Macau, há risco de terem mais contactos próximos com comunidades e parentes.
Por isso, desde ontem (dia 14), todos os estudantes que regressam do exterior (incluindo qualquer estágio da educação) devem ser sujeitos à observação médica por um período de 14 dias. Caso as condições em casa forem adequadas, podem escolher o isolamento domiciliário, caso contrário, serão isolados num hotel designado pelos Serviços de Saúde. Os estudantes não serão enviados para os postos temporários, Fórum de Macau e Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa, quando entram em Macau. Serão acompanhados imediatamente pelo pessoal dos Serviços de Saúde desde o posto fronteiriço. Em primeiro lugar, o pessoal dos Serviços de Saúde ira avaliar o estado de saúde dessas pessoas, em caso de desconforto, serão enviadas imediatamente para o Centro Hospitalar Conde de São Januário para fazer exame. A Drª. Leong Iek Hou indicou que o isolamento em casa ou em um hotel designado pode depender da vontade da pessoa, mas, caso as condições de observação médica domiciliária não correspondam às necessidades, deve permanecer no hotel designado. Durante a observação médica domiciliária, os Serviços de Saúde recolherão amostras de saliva da garganta profunda de pessoas relevantes para fazer o teste de ácido nucleico viral. A Drª. Leong Iek Hou apelou de novo que todas as pessoas que chegam a Macau devem proceder-se à declaração de saúde com sinceridade.
Desde a adopção destes medidas para o isolamento de trabalhadores não residentes locais em hotel designado em Zhuhai, há nesses locais 2.200 pessoa hospedadas e existem em espera cerca de 1.500 pessoas. Por fim, a Coordenadora também corrigiu que a partir das 00:00 do dia 17 de Março de 2020, muitos países e regiões serão incluídos na área de alta incidência, mas não será incluida a Nova Zelândia.
A Chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da DST, Dr.a Inês Chan, aludiu que neste momento estão ainda na Província de Hubei 124 residentes de Macau e familiares que os acompanham. 272 pessoas estão a ser submetidas a isolamento no Hotel “Pousada Marina Infante”, das quais 247 são trabalhadores não residentes, e 25 residentes de Macau e de outras nacionalidades. A mesma chefe acrescentou que segundo a notícia anunciada de Hong Kong nos últimos dias, todas as pessoas que chegam a Hong Kong do Espaço Schengen, da Europa (26 países), incluindo os residentes de Macau, devem ser submetidas a medidas médicas de quarentena com a duração de 14 dias. Assim, o Governo da RAEM decidiu enviar um veículo ao aeroporto de Hong Kong para transportar os residentes e estudantes de Macau até ao território entre 17 e 22 de Março. Por sua vez, o Gabinete de Gestão de Crises do Turismo (GGCT) apelou aos residentes de Macau na Europa para se registarem o mais rapidamente possível, através da linha aberta do GGCT n.o: 2833 3000 ou no sítio electrónico da Direcção dos Serviços do Ensino Superior (DSES), às 9H00 horas do dia 16 de Março.
A Drª. Inês Chan enfatizou que, devido a restrições nos regulamentos de imigração e quarentena de saúde, todas as pessoas devem registar-se com antecedência, atráves de GGCT e DSES, antes de apanhar o veículo programado pelo Governo da RAEM. As pessoas que queiram fazer o registo devem fornecer todas as informações pormenorizadas de voos com destino do Aeroporto Internacional de Hong Kong e informações completas dos documento comprovativo da identificação. Para o efeito, o Gabinete de Gestão de Crises do Turismo enviou 671 mensagens de telemóveis aos residentes de Macau na Europa, lembrando-os de prestar atenção às informações . A chefe também agradeceu ao Corpo de Polícia de Segurança Pública da RAEM por entrada em contactos com o Departamento de Imigração de Hong Kong muitas vezes para discutir a operação relevante, permitindo que o plano da operação de envio de veículo ao Aeroporto Internacional de Hong Kong para levar os residentes de Macau possa ser implementado.
O Chefe da Divisão de Ligação entre Polícia e Comunidade e Relações Públicas, Lei Tak Fai, relatou a situação geral sobre a segurança da sociedade, a entrada e saída de Macau, entre outras. Acrescentou que nos termos da Lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis e respectivas orientações, no dia 14 de Março, até à meia-noite, dos 2. 884 visitantes provenientes das áreas de alta incidência, 1. 844 visitantes foram encaminhados pela CPSP para dois postos temporários, Fórum de Macau e Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa, para serem submetidos a exames médicos. Desses 159 visitantes recusaram exames e optaram por regressar ao Interior da China. Um residente de Macau foi encaminhado para exames médicos devido a deslocações diárias frequentes e fora do normal entre Macau e o Interior da China. O mesmo chefe disse que nenhuma informação foi recebida sobre o reinício da emissão de visto de viagem individual em Fujian.
O Chefe do Departamento de Coordenação das Instituições do Ensino Superior da Direcção dos Serviços do Ensino Superior, Dr. Teng Sio Hong, também respondeu a questões relacionadas com os estudantes de Macau que estudam no exterior, salientando que a mesma Direcção irá comunicar com as instituições do ensino superior em Macau para considerar a programação especial.
A conferência de imprensa que contou com a presença do Chefe do Departamento de Estudos e Recursos Educativos da DSEJ, Wong Kin Mou, Chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da Direcção dos Serviços de Turismo, Inês Chan, Chefe do Departamento de Coordenação das Instituições do Ensino Superior, Teng Sio Hong, Chefe da Divisão de Relações Públicas do Corpo de Polícia de Segurança Pública, Lei Tak Fai, Médico-Adjunto da Direcção do CHCSJ, Lo Iek Long, e da Coordenadora do Núcleo de prevenção e doenças infecciosas do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, Leong Iek Hou.