Devido à redução das obras de construção e à diminuição contínua do investimento em activos fixos, a economia de Macau registou, no 2.º trimestre de 2019, uma retracção anual de 1,8%, em termos reais, retracção essa menos acentuada quando comparada com a de 3,2% verificada no 1.º trimestre. Como resultado, a economia de Macau contraiu-se em 2,5%, em termos reais, durante o primeiro semestre do ano em curso. Tendo em conta o aumento incessante de factores de incerteza de origem externa, é de prever que a economia local continue a deparar-se com uma pressão de recessão durante a segunda metade do corrente ano.
Face às incertezas de natureza económica, o Governo da RAEM irá acompanhar, de perto, o impacto do ajustamento económico que pesa sobre a sociedade de Macau, particularmente sobre o mercado de emprego, para que possam ser adoptadas atempadamente medidas de resposta. Em simultâneo, as entidades competentes irão acelerar os trabalhos de promoção da realização de grandes projectos de construção pública.
Além disso, será aproveitado o forte alicerce das finanças públicas já solidificado e tirados proveitos da situação estável de pagamento externo, do regime de indexação confiável e do sistema financeiro consolidado, para fazer face às mutações da conjuntura económica externa, assegurando que as despesas públicas dedicadas ao bem-estar da população não sejam afectadas.
Concomitantemente, o Governo da RAEM e os diversos sectores sociais irão adoptar uma postura proactiva, redobrando esforços para responder às mudanças mediante a manutenção da estabilidade e a adaptação conjuntural e transformá-las em oportunidades, agarrando plenamente as vantagens resultantes da construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, de modo a dinamizar o desenvolvimento adequado das indústrias, reforçando a capacidade da RAEM na luta contra as adversidades pelos meios de controlo, adaptação e resposta às mudanças, com vista ao alargamento da resiliência urbana da Região.
O mercado de emprego mantém-se estável
Novas sociedades injectam vitalidade no mercado
Não obstante os desafios provocados pelas incertezas económicas, tanto a taxa de desemprego da RAEM (1,7%) como a taxa de desemprego de residentes (2,3%), registadas entre Abril e Junho de 2019, diminuíram, em simultâneo, 0,1 por cento, quando comparadas com as apuradas no mesmo período do ano transacto.
No 2.º trimestre do corrente ano, a mediana do rendimento mensal do emprego da população empregada fixou-se em 16 300 patacas, correspondente a um acréscimo homólogo de 1,9%, enquanto a mediana do rendimento mensal do emprego dos residentes empregados cifrou-se em 20 000 patacas, valor igual ao observado no ano passado.
Segundo os dados preliminares resultantes do inquérito às necessidades de mão-de-obra e às remunerações, as remunerações médias dos trabalhadores dos diversos ramos da actividade comercial subiram, com uma escala que variou entre 1,8% e 6,4%, durante o 2-º trimestre deste ano, não tendo sido observado nenhum aumento significativo relativamente ao fluxo de trabalhadores em todos os sectores industriais.
Em simultâneo, no primeiro semestre do corrente ano, constituíram-se 3 278 sociedades, mais 105 comparativamente com idêntico período do ano passado. O capital social destas sociedades cifrou-se em 3,40 mil milhões de patacas, representando um aumento substancial de 6,5 vezes. O aumento de novas sociedades reflecte o facto de que o desempenho económico de Macau tem atraído mais investidores locais e estrangeiros.
Além disso, graças à abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, o número de visitantes continua a subir. No primeiro semestre do corrente ano, chegaram a Macau 20 284 633 visitantes, representando um acréscimo de 20,6%, em termos anuais. O número de turistas (9 485 827) e de excursionistas (10 798 806) aumentou 8,2% e 34,2%, respectivamente.
No primeiro trimestre de 2019, foram concretizados 362 projectos de convenção, mais 48 comparativamente com o verificado no mesmo período de 2018 (314 projectos), tendo totalizado 84 000 participantes, com uma subida homóloga de 18,1% (cerca de 13 000 participantes).
Finanças públicas com bases sólidas e mercado financeiro com desenvolvimento estável
As finanças públicas têm-se mantido estáveis, graças ao facto do Governo da RAEM não ter nenhuma dívida nem encargos, continuando a registar saldos financeiros positivos. No primeiro semestre do ano em curso, registaram-se saldos financeiros no valor de cerca de MOP 30,5 mil milhões nas contas públicas, e até ao final de Junho do corrente ano, o valor total dos activos da reserva financeira cifrou-se em MOP 569,3 mil milhões, correspondendo a uma subida homóloga de 10,9%.
Até ao final de Junho de 2019, os depósitos dos residentes atingiram MOP 654,65 mil milhões, com um aumento homólogo de 11,1%; os empréstimos internos ao sector privado cresceram 7,6% em termos anuais, atingindo MOP 514,9 mil milhões.
O valor dos activos do sector bancário atingiu MOP 1 937,51 mil milhões, com acréscimo homólogo de 16,1%, tendo sido mantido um sistema bancário com capitais suficientes, liquidez forte e boa qualidade de activos. Os activos correntes contra os passivos mantêm-se acima de 50%, muito superior ao nível geral de 25% a 30% em termos de requisitos internacionais.
Até ao final de Junho do corrente ano, o rácio de adequabilidade de capital dos bancos locais atingiu o nível de 14,8%, acima do requisito legal mínimo de 8,0%. O rácio de crédito vencido de 0,3%, apesar de ser superior ao do período homólogo do ano passado (0,2%), encontra-se ainda num nível relativamente baixo.