Organizado conjuntamente pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) e pela Administração Estatal da Medicina Tradicional Chinesa da República Popular da China, e coordenado pelo Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa para a Cooperação entre Guangdong e Macau (adiante designado por "Parque") e pela Associação de Médicos de Medicina Tradicional Chinesa da Tailândia, o “Fórum Internacional de Desenvolvimento da Medicina Tradicional 2018 (Tailândia)” deu-se por concluído, com grande êxito, no passado dia 10 de Maio de 2018, em Bangkok, Tailândia. Na sessão dos relatórios temáticos do Fórum, o Vice-Presidente da Guangdong-Macau Traditional Chinese Medicine Technology Industrial Park Development Co., Ltd., Yves Xie, proferiu um discurso muito eloquente sobre o tema “Novas Oportunidades de Desenvolvimento da Medicina Tradicional da China-ASEAN”, analisando detalhadamente perante os convidados presentes, os aspectos da situação actual e as novas oportunidades de desenvolvimento no contexto da Medicina Tradicional da China-ASEAN.
No seu discurso, o Vice-Presidente assinalou que o intercâmbio da Medicina Tradicional entre a China e os países da ASEAN que iniciou desde a Dinastia Han, possui grandes antecedentes e afinidades na história do País. Em 2010, com a implementação da Área de Livre Comércio da China-ASEAN, 98% dos medicamentos e produtos de cuidados de saúde passaram a estar incluídos na lista de mercadorias isentas de direitos aduaneiros. Em 2015, o volume total das trocas comerciais de medicamentos e produtos relacionados da China-ASEAN atingiu 7.26 biliões de dólares norte-americanos, abrangendo os medicamentos tradicionais, compostos químicos e equipamentos médicos, entre outros, representando um aumento de cerca de 4,5 vezes em relação ao ano de 2005, entre os quais, os produtos da Medicina Tradicional, com cerca de 10,9%.
No que respeitante ao reduzido volume de comércio dos produtos de Medicina Tradicional entre a China e a ASEAN e a baixa complexidade técnica dos referidos produtos, o Vice-Presidente Xie salientou que prende essencialmente com a falta de um mecanismo de reconhecimento mútuo, a compreensão insuficiente das respectivas indústrias e mercados e a dificuldade de acesso da Medicina Tradicional às compras governamentais e outros canais principais, tais como os hospitais públicos. Com isso, reiterou que podem ser adoptadas estratégias, nomeadamente por iniciativa do Governo, e outros vias de cooperação de ganho mútuo, intercâmbios mais frequentes de forma gradual que visem acelerar a construção da plataforma. Sendo Macau uma Região com mais de 400 anos de história de intercâmbio cultural entre o Oriente e o Ocidente, tem um grande antecedente historial no concernente à promoção do intercâmbio e cooperação, a nível internacional, e ao comércio internacional que efectivamente contribuem para o desenvolvimento de “Um Centro, Uma Plataforma”. Com isso, aliados ao pleno aproveitamento das mais-valias possuidas por Macau, no que se refere a intercâmbios e cooperação internacional bem como a plataforma industrial e de intercâmbio internacional fornecida pelo Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa para a Cooperação Guangdong-Macau – serão grandes contributos para o desempenho do papel de Macau, como plataforma na promoção da cooperação da Medicina Tradicional da China-ASEAN. Nesta óptica, existe ainda uma margem considerável para a expansão do volume do comércio e aperfeiçoamento das tecnologias inerentes aos produtos de medicina tradicional no futuro.
Além disso, o Vice-Presidente propôs cinco ideias e serviços cruciais que contemplam o reforço do desenvolvimento da cooperação da Medicina Tradicional da China-ASEAN. Primeiro, enaltecer a ideia de promover, progressivamente, a construção conjunta e o reconhecimento mútuo dos padrões de controle de qualidade das variedades de medicamentos tradicionais; segundo, impulsionar o estudo e exploração conjuntos da Medicina Tradicional; terceiro, promover a actualização e a expansão do comércio bilateral de Medicina Tradicional; quarto, fortalecer o serviço de teste e autenticação da Medicina Tradicional por terceiros; quinto, impulsionar a cooperação em educação e formação internacionais da Medicina Tradicional.
O Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa para a Cooperação Guangdong-Macau foi o primeiro projecto lançado sob o Acordo-Quadro de Cooperação Guangdong-Macau, com objectivos centrais de construção de uma “base internacional para controle de qualidade da medicina tradicional chinesa” e uma “plataforma internacional de negócios para a Indústria da Saúde”. Actualmente, asua Plataforma de Serviços Públicos, com uma dimensão de 120,000 metros quadrados já foicolocada em uso, enquanto aÁrea de Incubação e a Zona Aceleradora de 130,000 metros quadrados estarão operacionais a breve prazo, tendo já iniciado o projecto-piloto no âmbito da saúde, e dado lugar a uma relação de cooperação preliminar com as autoridades governamentais e entidades profissionais da União Europeia, da ASEAN e da África. Nesta perspectiva, o Parque irá oferecer uma gama completa de plataformas e serviços da indústria de Medicina Tradicional baseada no ecossistema, no âmbito de suportesde desenvolvimento industrial, transacções e intercâmbios técnicos, apoio financeiro, compartilhamento de instalações, promoção comercial, apoio de registo, entre outros.