O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Doutor Alexis Tam, após a 3.a Reunião Plenária Ordinária de 2016 do Conselho do Património Cultural, afirmou hoje, em resposta aos jornalistas, que concorda com o relatório de investigação relativo ao caso da permuta do terreno da Fábrica de Panchões Iec Long, divulgado pelo Comissariado contra a Corrupção (CCAC).
O mesmo responsável já emanou um despacho ao IC requerendo que, na sequência das recomendações constantes do relatório de investigação e em conformidade escrupulosa com o regime previsto na Lei de Salvaguarda do Património Cultural, o IC deve proceder, de imediato, às correções necessárias na realização das acções de conservação da Fábrica de Panchões, reaver as despesas resultantes da conservação e iniciar, o mais rapidamente possível, os procedimentos de classificação.
Mais sublinhou que atribui grande importância à Fábrica de Panchões, desejando transformar a zona numa base importante de conservação cultural.
Após as palavras do Secretário, o Presidente do IC referiu que o Instituto tem realizado, nos últimos dias, várias reuniões para estudar o relatório e irá desenvolver os procedimentos legais para reaver as despesas resultantes da reparação da Fábrica de Panchões, assim como irá ponderar incluir a fábrica na lista de classificação do 2.o grupo de bens imóveis, de forma a ser protegida oficialmente.
Mais referiu que o IC só ficou a conhecer claramente o que se passou com a Fábrica após a divulgação do Relatório do CCAC no dia 13 deste mês.
O mesmo responsável afirmou ainda que o IC, no início de 2009, iniciou contactos com os responsáveis da fábrica de panchões para iniciar a recolha de objectos.
A partir de 2012, verificou-se perigo de ruína na fábrica de panchões, devido a vários factores, entre eles, actividades de paintball. Além disso, e devido ao transporte de panchões através do canal da água onde proliferam muitos mosquitos e insectos, as autoridades governamentais tomaram a iniciativa de salvaguardar a fábrica.
O mesmo responsável referiu ainda que durante os trabalhos de reparação, as autoridades administrativas encontraram muitos materiais para a produção de pólvora e panchões, o que era um enorme perigo escondido para a sociedade.
Dessa forma, o IC, juntamente com o Corpo de Bombeiros, a Polícia Judiciária e o Corpo de Polícia de Segurança Pública, transportaram, várias vezes, os artigos perigosos para a Pedreira de Coloane a fim serem destruídos em segurança.
Quando questionado sobre o orçamento para as obras da remodelação do Museu do Grande Prémio de Macau, que se encontra em fase de preparação, o Doutor Alexis Tam esclareceu que as obras visam transformar todo o edifício do Centro de Actividades Turísticas (no total 5 pisos, nomeadamente, o Museu do Grande Prémio e o Museu do Vinho na cave, o Centro de exposições no R/C, a sala de reuniões, o auditório e o Centro de Conferências no 1.º andar, o Centro de Congressos no 2.º andar e o escritório no 3.º andar) num novo Museu Temático do Grande Prémio, não se tratando assim de uma pequena obra de remodelação.
A remodelação do edifício consiste em atribuir novos elementos ao Museu, nomeadamente, uma zona de exposição de automóveis, cinema, museu de cera, zona para as indústrias culturais e criativas, zona para actividades e zona de jogos de simulação, entre outros.
O orçamento de 300 milhões de patacas, montante avançado pelos arquitectos e engenheiros, serve apenas como referência para o Governo, pelo que o preço proposto no concurso público pode ser inferior ou superior ao previsto.
O mesmo responsável revelou ainda que a Federação Internacional do Automóvel pretende elevar o nível do Grande Prémio de Macau, garantindo que serão divulgadas, oficialmente, mais informações assim que termine todo o procedimento administrativo, que actualmente ainda está em curso.
O Doutor Alexis Tam acredita que a criação de um Museu Temático do Grande Prémio, que será o primeiro do mesmo género a nível mundial, vai atrair a vinda de mais residentes e turistas, e expressou o desejo de que as obras possam terminar na 65.ª edição do evento, ou seja, em 2018.
Ainda em resposta aos jornalistas, relativamente à complexidade das questões geológicas da Colina da Guia, onde decorrem as obras da construção do Edifício das Doenças Transmissíveis, o fundamento da demolição das diferentes construções no lote e o ponto de situação da preservação do muro nas proximidades, o Secretário afirmou que as questões geológicas deverão ser dirigidas ao serviço competente, assim como as questões relativas à demolição das edificações.
No entanto, afirmou que na zona circundante ao local onde decorrem as obras do edifício em causa, já foram construídos diversos prédios, e daí se conclui que as técnicas aplicadas na arquitectura moderna podem resolver as eventuais questões desse género no decorrer das obras.
O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Doutor Alexis Tam, expressou o desejo de que as obras públicas possam terminar com a maior brevidade possível a construção do Edifício das Doenças Transmissíveis e o hospital das ilhas, de modo a prestar melhores serviços de saúde aos residentes de Macau.
Mais acrescentou que, com o prolongamento do horário de funcionamento do Centro Hospitalar Conde São Januário, o tempo de espera por uma consulta reduziu-se significativamente, afirmando que mesmo não sendo possível inaugurar o novo hospital em 2019, o actual hospital tem capacidade para prestar todos os serviços médicos necessários aos residentes.
No que se refere à conservação do muro da cidade, o presidente do IC afirmou que o IC iniciou as acções de conservação do imóvel em 2012 e posteriormente, o muro integrou o 1.º grupo sujeito à classificação dos imóveis, passando a ser, assim, adequadamente protegido. Além disso, foi reservado à volta do vestígio um espaço, que permite a visita dos residentes.
